A Polícia Federal (PF) prendeu o vereador Francisco Nascimento na manhã desta terça-feira (10), durante a Operação Overclean, que investiga o desvio de R$ 1,4 bilhão em contratos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). O parlamentar, que é primo do deputado federal pela Bahia, Elmar Nascimento (União Brasil) — não citado como alvo da investigação —, tentou se livrar de uma sacola de dinheiro jogando-a pela janela de sua residência ao perceber a chegada dos agentes.
Apesar da tentativa, a PF conseguiu apreender o montante, cujo valor exato ainda está sendo contabilizado. Francisco Nascimento foi preso preventivamente e terá que explicar a origem da quantia em espécie, além de justificar por que mantinha valores tão altos fora do sistema bancário, dificultando a rastreabilidade.
A operação, conduzida em conjunto com a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e com apoio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (HSI), apura um esquema de desvio de recursos públicos envolvendo direcionamento de verbas de emendas parlamentares e contratos do Dnocs para empresas e indivíduos ligados à fraude.
Outro alvo da ação, Flavio Henrique Lacerda Pimenta, também foi preso após a PF encontrar R$ 700 mil em espécie em sua posse. Ao todo, 17 pessoas foram detidas na operação, que busca combater um esquema milionário de corrupção e lavagem de dinheiro no órgão federal.
A prisão preventiva foi solicitada para garantir a continuidade das investigações, evitar a destruição de mais provas e prevenir a fuga dos envolvidos. Os investigados, que ocupam funções chave dentro do grupo criminoso, são acusados de terem cumprido ordens diretas do líder da organização para eliminar evidências.
Os nomes de todos investigados, cujas prisões foram determinadas, são:
- Alex Rezende Parente – Empresário
- Fábio Rezende Parente – Empresário
- Lucas Maciel Lobão Vieira – Ex-Coordenador Estadual do DNOCS na Bahia
- Clebson Cruz de Oliveira – Ex-sócio de Fábio Rezende Parente nas empresas Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda., Qualymulti Serviços Eireli e Olgarena Comercial Ltda., foi funcionário da Larclean Saúde Ambiental Ltda. E de filial da P.A.P. Saúde Ambiental (empresa que teve como sócio administrador e responsável Pedro Alexandre Parente Júnior, pai dos irmãos investigados).
- José Marcos de Moura – Empresário “rei do Lixo”
- Fábio Netto do Espírito Santo – Apontado pela PF como atuante no Município de Senador Canedo/GO.
- Flávio Henrique de Lacerda Pimenta – Servidor na Secretaria Municipal de Educação
- Orlando Santos Ribeiro – Atuava no Município de Itapetinga/BA.
- Francisco Manoel do Nascimento Neto – Atuava no Município de Campo Formoso/BA.
- Kaliane Lomanto Bastos – Coordenadora de Projetos, Execução e Controle na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente da municipalidade, como integrante da organização que atua no município de Jequié/BA.
- Claudinei Aparecido Quaresemin – Braço da ORCRIM no Tocantins.
- Itallo Moreira de Almeida – Braço da ORCRIM no Tocantins.
- Evandro Baldino do Nascimento – Empresário de Goiás do ramo da construção, atua fornecendo sustento logístico e operacional à ORCRIM, ocupando uma posição estratégica, embora não ocupe posição de liderança, promove ações que fortalecem a estrutura da ORCRIM, contribuindo para a manutenção de suas atividades ilícitas.
- Geraldo Guedes de Santana Filho – sócio da A G&M AGÊNCIA DE TURISMO E ORGANIZADORA, DE EVENTOS LTDA (FOCCUS PRODUCOES) e atua como uma espécie de funcionário de ALEX PARENTE, “executando funções de contabilidade, secretariado, além de tratativas diretas com agentes do setor público envolvidas nos contratos firmados com a LARCLEAN.
- Diego Queiroz Rodrigues – Atuava no Município de Itapetinga/BA.
- Ailton Figueiredo Souza Junior – Braço operacional do grupo criminoso em Lauro de Freitas/BA.
- Iuri dos Santos Bezerra – Braço da orcrim que atuava no DNOCS, na Coordenadoria Estadual na Bahia (CEST-BA).
Até o momento, 15 pessoas foram presas. As diligências ocorreram em Salvador, Lauro de Freitas, Jequie, Itapetinga, Campo Formoso, Mata de São João e Wagner.
Além de São Paulo, Goiânia e Palmas. A Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal, Ministério Público Federal, Receita Federal e Controladoria-Geral da União (CGU), continua em andamento.