O vereador de Salvador, Maurício Trindade (PP), que também atua como médico, foi alvo de uma ação da Polícia Civil nesta sexta-feira (14). Os agentes estiveram no gabinete do edil, localizado no Centro Histórico, após o nome do parlamentar ser relacionado a venda de medicamentos de canabidiol (CDB).
Em conversa com Gabriela Araújo, do A Tarde, o progressista justificou que a prescrição do medicamento deve-se ao tratamento dos seus pacientes que necessitam do remédio.
“[O canabidiol] é uma medicação cara e já é distribuída pela secretaria da Saúde para tratamentos. Os meus pacientes, por exemplo, de autismo e fibromialgia tem autorização da Justiça para usar”, disse.
A ação é um desdobramento da operação da Polícia Civil baiana sobre a venda de maconha líquida. O vereador, contudo, rechaça qualquer tipo de envolvimento no assunto e diz que, além dele, outros profissionais de saúde também foram notificados.
“Os médicos não tem nada a ver com isso. Nós só prescrevemos de canabidiol, que é fornecido pela empresa. Nos interessa [apenas] esse assunto médico”, disse.
Em nota, contudo, a corporação diz que desconhece a ação realizada no gabinete do vereador. “Não localizamos registros de ocorrência com as informações mencionadas”.
O tratamento de canabidiol, segundo o médico, é recomendado para pacientes com fibromialgia, epilepsia e microcefalia. Como vereador, Trindade afirmou que fará uma audiência na Câmara Municipal da capital (CMS) para debater o assunto.
O tema, inclusive, é um projeto de lei do vereador André Fraga (PV), já sancionado pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil), e trata sobre o uso da cannabis para fins medicinais e distribuição gratuita de medicamentos prescritos à base da planta, que contenha em sua fórmula as substâncias canabidiol (CBD) e/ou Tetrahidrocanabinol (THC), nas unidades de saúde pública municipais e privadas, conveniadas ao SUS, em Salvador.
O edil também reforçou a legalidade do remédio. “A medicação é legal e os pacientes precisam”.