O vereador Sílvio Humberto (PSB) criticou a manutenção pela Câmara de Salvador do veto ao Projeto de Lei nº 534/2017, que declara o ofício das baianas de acarajé como Patrimônio Imaterial, Cultural e Histórico da Cidade de Salvador. O veto do prefeito ACM Neto (DEM) foi mantido na votação da sessão ordinária de terça-feira (5).
“As baianas de acarajé já foram reconhecidas como Patrimônio Imaterial da Bahia e o acarajé também já foi tombado como patrimônio cultural brasileiro. No entanto, o projeto que foi vetado visa reconhecer o ofício da atividade das baianas de acarajé”, disse o vereador, que é autor do projeto.
“É inaceitável que uma cidade que cheira o azeite de dendê das baianas de acarajé tenha um projeto dessa dimensão vetado em sua totalidade. O PL visa reconhecer e valorizar publicamente a contribuição cultural da categoria. O argumento dado pela Prefeitura é sob alegação que se trata de uma prerrogativa do Executivo, mas a pergunta que não quer calar: por que não o fez?”, questionou Sílvio.
Reparação histórica
O vereador afirma que o reconhecimento trata-se de uma reivindicação das baianas de diversas gerações. “Não atender a um projeto de reparação histórica como esse negligencia os anseios de um ofício que é a cara da capital baiana”, disse Sílvio.
“Esse veto só dá a entender que o prefeito segue querendo governar sozinho, mas é bom lembrar que o Estatuto da Igualdade Racial foi aprovado e sancionado, pois caracterizava um reconhecimento
público e de total reparação, o que considero de valor e peso igualitário ao ofício das baianas”, analisou o parlamentar.
Para Sílvio, “a Prefeitura segue praticando reparações simbólicas e de faz de conta”