Segundo o jornal A Tarde, o ataque do vereador de Salvador, Ricardo Almeida (PSC), à Associação dos/as Professores/as Licenciados/as do Brasil/Seção Bahia (APLB/BA), causou desconforto até mesmo entre os integrantes da base do prefeito Bruno Reis (União Brasil) na Câmara Municipal. “Prova de que o vereador Ricardo Almeida, ao invés de defender os interesses da coletividade, demonstra seu perfil de subserviência desmedida em prol de um projeto político irresponsável”, afirmou um vereador que preferiu não se identificar para evitar retaliação do Poder Executivo.
Em posição de suplente, Ricardo Almeida (PSC) assumiu uma das cadeiras da Câmara Municipal no lugar de Alberto Braga (PSC) e vem chamando a atenção, inclusive da própria base, por contrariar os objetivos que ele firmou quando assumiu a cadeira, de “representar o Reino de Deus na esfera pública”. Integrante da Primeira Igreja Batista do Brasil, o vereador tem tomado atitudes que fogem ao que tanto prega – de cuidado e atenção ao povo.
Em meio a uma crise na Educação municipal, uma das principais categorias e que merece respeito e valorização, foi açoitada pelo “homem de Deus”. Almeida insinuou que os sindicalistas “só protestam em ano eleitoral” e ironizou a situação, após membros da APLB ocuparem a tribuna da Câmara Municipal na última terça-feira, 24. Desrespeitoso, o vereador chegou a questionar o comportamento dos docentes: “Imagine se os alunos em sala de aula fazem o barulho que os sindicalistas estão fazendo. Que belo exemplo. Sindicalistas não respeitam um vereador eleito pelo povo”.
Condenando o que ele chamou de falta de educação e intolerância, o vereador acaba por, de fato, ser intolerante e mau educado, não dando atenção a quem estava cobrando seus direitos. O perigo, dizem os próprios aliados, é Ricardo Almeida defender cegamente o Executivo e acabar recebendo um retorno indesejável. Contra os professores, o vereador estreante corre o risco de nunca mais conseguir ter representação na Casa.
Greve da Rede Municipal
A greve na Rede Municipal de Ensino de Salvador começou há exatamente uma semana. A reivindicação é de reajuste salarial de 33,24% para os trabalhadores ativos e aposentados, efetivos e Reda, a partir de janeiro deste ano, além de melhorias na área de tecnologia digital do ensino, na merenda escolar e a implementação das ADI’S (Ação Direta de Inconstitucionalidade).
Na quarta-feira (25) a APLB emitiu nova nota, em que confirma a manutenção da greve e anuncia uma nova assembleia nesta sexta (27) no Ginásio de Esportes dos Bancários.