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quinta-feira 26 de novembro de 2020 às 19:01h

Vereador afirma que o afundamento do ferry Agenor Gordilho vai gerar ” graves danos ambientais

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De acordo com o edil, a fauna e a flora marítima da Baía de Todos os Santos serão prejudicadas

Para o Presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Câmara Municipal de Salvador (CMS), o vereador Marcos Mendes (PSOL), a gestão estadual ao invés de recuperar o ferry-boat Agenor Gordilho e transformá-lo em uma “biblioteca turística” para que a população pudesse visitar e contemplar a Baía de Todos os Santos, o Governo do Estado, de forma ” equivocada”, tomou a iniciativa unilateral de afundar a embarcação marítima com a “desculpa” de que irá promover turismo subaquático.

” O afundamento do ferry-boat vai poluir o mar e gerar gravíssimos danos à fauna e à flora marítimas”, alerta Mendes, ao ressaltar que, segundo o professor da UFBA, Francisco Barros, o afundamento do ferry-boat Agenor Gordilho vai facilitar a reprodução de corais predadores em detrimento dos corais nativos da região.

Mendes pontua que a iniciativa do Governo do Estado foi “extremamente irresponsável” e, segundo o edil, a medida comprova que a gestão estadual não adota uma política ambiental séria e preocupada com a natureza. O parlamentar, que é ambientalista e mestre em Geologia Ambiental, frisa que a vida humana precisa do meio ambiente para existir. “Na verdade, não existe responsabilidade socioambiental do Governo do Estado e o afundamento do Agenor Gordilho evidencia mais ainda essa situação de descaso com o meio ambiente e com a sustentabilidade da Bahia. Infelizmente, nosso Estado é campeão em desmatamento da Mata Atlântica e do Cerrado”, pontua.

O edil salienta que as políticas ambientais são impostas de “cima para baixo” sem diálogo e sem participação da sociedade civil. Para Mendes, como geralmente as ações estaduais não resultam de uma interação com a população, essa ausência de “canal de negociação” promove uma gestão monocrática e que prejudica a execução das políticas públicas. “Acabam beneficiando interesses escusos e privados. Precisamos de uma gestão que seja participativa, democrática e que proporcione acesso à informação”, defende o ambientalista.

A Comissão de Desenvolvimento Sustentável realizará, em 9 de dezembro, a partir das 14h, audiência pública virtual sobre “Sustentabilidade e projetos de Requalificação no Abaeté e Orla de Itapuã : a comunidade quer ser ouvida” que será transmitida pela TV Câmara e redes sociais da Câmara de Vereadores e irá contar com participações de representantes da comunidade de Itapuã, ambientalistas, professores universitários e especialistas.

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