Os preços retrocederam 0,5% na Venezuela em fevereiro, estimou, nesta última quarta-feira (6), o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF), referência privada diante da escassez de estatísticas oficiais.
É a primeira vez em anos que se registra um mês de queda de preços na Venezuela, país que atravessou um longo ciclo de hiperinflação, em meio a uma crise econômica aguda.
O OVF alertou para a queda do consumo como uma das principais causas desse fenômeno. Já a inflação em 12 meses, de 85%, continua sendo uma das mais altas do mundo.
“No setor de alimentos, que tem maior peso no índice, foram observados alguns descontos e ofertas em bens de consumo, como expressão da fragilidade da demanda e da queda do consumo”, explicou o OVF. Os preços dos alimentos caíram 3,1%.
A valorização pontual do bolívar em relação ao dólar foi uma das chaves para esse resultado, destacou o Observatório.
As estatísticas históricas de inflação mensal publicadas no site do Banco Central da Venezuela vão até 2007. Os números oficiais da variação de preços na região metropolitana de Caracas abrangem um período mais longo, com março de 2007 (-0,7%), fevereiro de 2006 (-0,4%) e fevereiro (-1,9%) e março (-0,1%) de 1988 como as últimas quedas.
A inflação na Venezuela tem sido crônica nas últimas décadas, embora tenha diminuído após a decisão de flexibilizar o controle econômico e monetário que marcou as mais de duas décadas de governos chavistas.
O aumento dos preços ficou em 189,8% em 2023, depois de alcançar 234% em 2022 e 686% em 2021, segundo o BCV.