As vendas no comércio varejista baiano recuaram 1,9% em dezembro de 2021 frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, sendo o sétimo resultado negativo nessa análise. No cenário nacional, na mesma base de comparação, os negócios registraram estabilidade, com um suave recuo de 0,1%. Em relação a igual mês do ano anterior, as vendas no varejo baiano mantiveram o ritmo de queda ao apresentar a variação negativa de 12,9%. Essa retração é a quinta consecutiva registrada pelo setor na Bahia. No país o recuo foi de 2,9%, em relação à mesma análise. No acumulado do ano, a Bahia e o Brasil registraram taxas positivas de 0,6% e 1,4%, respectivamente. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – realizada em âmbito nacional – e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
O resultado negativo em dezembro, mesmo diante das comemorações natalinas, período em que os consumidores animados com o recebimento do décimo terceiro vão as compras revela que as incertezas quanto ao comportamento da atividade econômica tem influenciado as vendas no comércio varejista. Os fatores como alta dos juros, além do encarecimento dos alimentos, aluguéis, energia, combustíveis e aumento no endividamento das famílias contribuíram para os consumidores moderarem os seus gastos.
Nesse mês de dezembro, a Bahia encerrou 5.343 postos de trabalho, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregos (Novo Caged) da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia analisados pela SEI. Assim, o comprometimento da renda dos consumidores associados à chegada da Ômicron, nova variante da Covid- 19, o surto de casos de gripe provocados pelo vírus Influenza H3N2 na capital baiana e as enchentes decorrentes do excesso de chuvas que atingiram alguns municípios do estado no último mês do ano de 2021 influenciaram os negócios no setor levando a Bahia a registrar a maior taxa negativa entre os estados da federação, na comparação à igual mês do ano passado.
Por atividade, em dezembro de 2021, os dados do comércio varejista do estado baiano, quando comparados aos de dezembro de 2020, revelam que duas dos oito segmentos que compõem o indicador do volume de vendas registraram comportamento positivo. O crescimento nas vendas foi verificado nos segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (14,9%), e Tecidos, vestuário e calçados (0,2%). Os demais segmentos registraram comportamento negativo são eles: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-10,1%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-12,1%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-14,8%), Combustíveis e lubrificantes (-22,3%), Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-25,9%), e Móveis e eletrodomésticos (-34,9%). No que diz respeito aos subgrupos, verificam-se que as vendas de Móveis, Eletrodomésticos, e Hipermercados e supermercados recuaram em 37,4%, 34,2%, e 13,0%, respectivamente.
Na série sem ajuste sazonal, o segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos registrou, em dezembro, a maior influência positiva para o setor. Por outro lado, a retração no volume de vendas dos segmentos de Móveis e eletrodomésticos, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e Combustíveis e lubrificantes foram determinantes para a queda das vendas do setor nesse mês.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos exerceu a maior influencia positiva dada a elevação da procura por produtos que aumentassem à imunidade do consumidor em razão da terceira onda de contaminação provocada pela Covid-19 e ao surgimento de casos de gripe.
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo restrito e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção apresentou retração de 5,0% nas vendas, em relação à igual mês do ano anterior, terceiro resultado negativo, após sete meses de altas consecutivas. Esse comportamento resultou no acumulado dos últimos 12 meses, variação foi positiva de 7,3%.