As vendas de novos imóveis cresceram 22,3% no acumulado de janeiro a setembro de 2024, totalizando 139.909 unidades comercializadas, de acordo com o indicador ABRAINC-FIPE. O estudo foi elaborado com dados de 20 empresas do setor pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
O Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) apresentou desempenho bastante robusto, com aumento de 28,8% no número de unidades vendidas e 25,4% no valor total das vendas. Os lançamentos do MCMV cresceram 34,4% em volume e 36,2% em valor. Essas altas são reflexo de um programa habitacional estruturado, que visa fortalecer o acesso à moradia para famílias de baixa renda, viabilizando a demanda por habitação popular.
O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) demonstrou novamente resiliência, com crescimento de 0,6% no volume de vendas e expressivo aumento de 17,6% no valor total comercializado. Nos lançamentos, o setor também registrou alta de 1,2% em volume. Os resultados indicam que a intenção de compra por imóveis permanece robusta, sustentando a demanda mesmo diante de desafios macroeconômicos.
“A alta da Selic é um ponto de atenção, pois dificulta o acesso ao crédito, eleva as despesas financeiras de muitas empresas, especialmente aquelas que dependem do mercado de capitais, colocando em risco sua sobrevivência e, consequentemente, a geração de empregos e renda no país. Ampliar as opções de funding setorial para garantir o acesso a moradia e priorizar o equilíbrio fiscal para possibilitar juros mais baixos no futuro de forma sustentável são medidas essenciais”, pontua Luiz França, presidente da ABRAINC.
A relação distrato sobre venda para o MAP fechou em 11,5%, mantendo-se em patamares baixos após a regulação de distratos, aprovada em 2018, quando o índice era de cerca de 40%.