domingo 22 de dezembro de 2024
Apreensão de fuzis dobrou entre 2022 e 2023 — Foto: SSP-BA
Home / NOTÍCIAS / Venda ilegal de armas a facções no Brasil movimentou R$ 1 bilhão
segunda-feira 11 de dezembro de 2023 às 09:40h

Venda ilegal de armas a facções no Brasil movimentou R$ 1 bilhão

NOTÍCIAS


A organização criminosa investigada por fornecer armamento pesado a chefes das maiores facções brasileiras enviava o material bélico por meio de conexão com outros países. O esquema de tráfico internacional de armas foi desmontado na semana passada pela Polícia Federal.

Segundo a PF, as armas vinham de países da Europa e entravam no Brasil pelo Paraguai. As informações são do programa Fantástico, da TV Globo.

De acordo com a emissora, por trás de todo esse esquema, estavam Diego Hernan Dirísio, de 49 anos, o maior traficante de armas da América do Sul, e Fhillip da Silva Gregório, de 36 anos, conhecido como “Professor”, um traficante de drogas do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e um dos principais clientes de Dirísio.

Segundo a PF, Fhillip só gostava de armas de alto calibre. Em uma de suas negociações, ele recusa, por exemplo, um revólver de 308. “A questão não é preço, até se você quisesse me dar essa pistola, aqui no Rio, a gente não usa mais esse calibre”, diz. “Tem que ser 9, 40, 45!”, completa.

No Alemão, o “Professor” tinha uma vida muito confortável. Ali, ele montou uma estrutura de ostentação e chegou a receber uma equipe médica para fazer lipoaspiração, implante de cabelo e clareamento dos dentes. Em trocas de mensagens, o criminoso brasileiro revelou que não sai do Alemão há três anos.

Tanto Fhillip como Diego Hernan estão foragidos.

Investigação durou 3 anos

Na semana passada, 54 pessoas foram alvos de uma operação da PF brasileira, em conjunto com os governos do Paraguai e dos Estados Unidos. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 54 endereços nos três países – 16 pessoas foram presas até agora.

A investigação durou três anos e se iniciou a partir da apreensão de pistolas e fuzis na Bahia. A PF estima que, de 2020 até aqui, o esquema de Diego Hernan Dirísio tenha movimentado R$ 1 bilhão.

A empresa de Dirísio fazia vendas legais de armas no Paraguai. As compras eram feitas usando a própria empresa dele que, até então, era legalizada no Paraguai.

“Além disso, ele era provedor do estado Paraguaio. Tinha ganhado várias licitações e comprado equipamento para o exército e para a polícia. Era uma empresa que tinha todos os papéis, todos os requisitos para funcionar legalmente”, disse um porta-voz do Ministério Público do Paraguai, que trabalhou em conjunto com a PF brasileira.

O armamento vendido vinha da Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Turquia. A Polícia Federal acredita que, em três anos, Dirísio importou mais de 40 mil armas do Leste Europeu.

“Ele era visto como um grande empresário, mas, na realidade, estava fomentando o mercado ilícito de armas de fogo na América do Sul. Ele dominava o mercado ilegal de arma de fogo e criou uma estrutura criminosa que viabilizou um derrame de milhares de armas de fogo no mercado ilícito para facções criminosas no Brasil”, disse Flávio Albergaria, delegado da PF.

Veja também

Aliados aconselham Arthur Lira a rejeitar ministério de Lula

O futuro político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem sido alvo …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!