O colombiano Ricardo Vélez Rodriguez foi exonerado nesta segunda-feira (8) do cargo de ministro da Educação. A decisão foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) pela sua conta oficial no Twitter. Na última sexta-feira, 5, Bolsonaro já havia sinalizado que poderia demiti-lo. O presidente também anunciou seu substituto: Abraham Weintraub.
Após a polêmica, a série de exonerações começaram a acontecer. O economista Murilo Resende Ferreira foi indicado para o cargo de coordenador do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no dia 16 de janeiro e foi demitido um dia depois. Em cem dias do novo governo, o MEC já havia registrado dezessete baixas em cargos de alto escalão. Funcionários do ministério de médio e baixo escalões identificados como “petistas” também foram afastados.
E, então, Vélez deu uma entrevista comentando sobre a faxina ideológica no ministério. Em uma das respostas, quando perguntado sobre a educação moral e cívica voltar ao currículo, o ex-ministro afirmou que “O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”. Ele recebeu uma notificação do STF e precisou dar explicações sobre a declaração.
O ex-ministro que se posicionava contra às ideologias marxistas nas escolas, assim como Bolsonaro, anunciou que iria criar uma comissão para analisar as questões do Enem. Esse grupo foi instaurado em março pelo Inep com o objetivo de “verificar a sua pertinência [do Enem] com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do Exame”.
Também para combater tais ideologias, Vélez enviou cartas a diretores de escolas pedindo para que eles filmassem alunos cantando o Hino Nacional e determinando a leitura de mensagem com o slogan de campanha de Bolsonaro “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.