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segunda-feira 16 de dezembro de 2024 às 08:51h

Veja os índices da B3 que mais caíram em 2024 e os que acumulam alta

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Não é segredo que 2024 foi difícil para a bolsa brasileira, que foi pressionada de um lado pelo cenário internacional de incertezas e do outro pelos riscos fiscais crescentes no mercado doméstico, o que forçou o Banco Central inverter o sinal dos juros.

Nesse contexto, o Ibovespa recuou 6% até 12 de dezembro. Quando a conta é feita em dólares, o desempenho é ainda pior, com o principal índice acionário brasileiro tombando 23,45% no período, segundo cálculo feito a pedido do Bora Investir por Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta.

“O ano de 2024 tem sido uma verdadeira montanha-russa para o mercado brasileiro, e o saldo, até agora, não é nada animador”, diz Rivero. “A explicação para esse cenário desafiador passa, inevitavelmente, pela valorização do dólar. Neste ano, o dólar Ptax subiu 22,71%, tornando qualquer investimento no Brasil bem menos atraente para o capital estrangeiro.”

Mas quais segmentos foram mais prejudicados por esse contexto? E quais se beneficiaram desse cenário conturbado?

Veja o desempenho dos principais índices da B3 em 2024

Quem mais sofreu

As dificuldades brasileiras com as contas públicas, com a dívida bruta brasileira se aproximando dos 80% do PIB (Produto Interno Bruto), penalizaram quase todos os segmentos do Ibovespa, como é possível ver na tabela abaixo.

Mas afetaram de forma mais acentuada os setores cíclicos e de crescimento. O índice de small caps, por exemplo, que monitora o desempenho das empresas de valor de mercado relativamente baixo, foi especialmente prejudicado pelo aumento do custo de crédito e maior aversão ao risco.

O índice de consumo e o índice imobiliário são outros exemplos das maiores perdas, com o aumento dos juros refreando as compras de bens e imóveis.

Para Einar Rivero, essas ações sofreram o peso das incertezas. “O Brasil ainda oferece oportunidades, mas também muitos riscos. E, neste ano, esses riscos pesaram mais na balança.” Ele aponta o impacto da alta forte do dólar nesse cenário.

“A valorização do dólar é uma faca de dois gumes. Se, por um lado, ela impulsiona as exportações brasileiras, por outro, mina o retorno dos investimentos internacionais no país.”

Quem ganhou

Por outro lado, o setor industrial teve desempenho positivo, impulsionado principalmente por empresas com receita significativa em dólares.

O crescimento da economia brasileira teve um papel importante no desempenho – a expectativa é que o PIB (Produto Interno Bruto) fechará o ano em alta de 3,39%, de acordo com a última projeção do Boletim Focus, pesquisa semanal do BC com analistas de mercado.

Mas o principal destaque, disparado, foi o índice de BDRs, que no acumulado do ano sobe mais de 69%, em consequência da valorização do dólar e do bom desempenho das bolsas americanas, que foram estimuladas pela queda dos juros nos Estados Unidos e pela boa performance das empresas de tecnologia.

O que esperar de 2025

E o que esperar de 2025? Na avaliação de Einar Rivero, da Elos Ayta, o cenário se mantém desafiador.

“A relação entre o desempenho do Ibovespa e a valorização do dólar não é uma novidade, mas em 2024 ela voltou a mostrar sua força. Enquanto o real continuar perdendo valor, o investidor estrangeiro continuará cauteloso”, aponta. “E, como sabemos, o humor desse investidor tem um peso enorme na nossa bolsa.”

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