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segunda-feira 12 de setembro de 2022 às 19:26h

Vaquejadas perdem apenas para o futebol, atraem cerca de 650 mil pessoas e gera 1 milhão de empregos no Brasil

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Em termos de mobilização de público e movimentação da economia no Nordeste, as vaquejadas perdem apenas para o futebol. Por ano, atraem cerca de 650 mil pessoas no Brasil. Para algumas cidades do interior baiano, como Serrinha e Santa Bárbara, representam a principal fonte de geração de emprego e renda, movimentando toda uma cadeia produtiva que extrapola as apostas nos rodeios. Envolve, por exemplo, vaqueiros, narradores, juízes de vaquejada, tratadores, veterinários, indústrias de couro, ração, medicamentos, até atrações culturais. Sem falar na mão de obra informal e ambulantes, fornecedores de alimentação, hospedagem, bebidas e confecções.

E foi pensando nisso que o senador Otto Alencar, amante da cultura nordestina, conseguiu apoio para aprovação, no Congresso Nacional, em junho de 2017, da Emenda Constitucional 96, de sua autoria, que autoriza a prática da vaquejada no país. A PEC acrescentou um parágrafo ao artigo 225 da Constituição Federal, determinando que as práticas desportivas e manifestações culturais com animais não sejam consideradas cruéis. Por essa iniciativa o senador teve o reconhecimento do segmento, que inclusive deu seu nome a um circuito de vaquejadas que ocorre anualmente reunindo eventos da Bahia e Sergipe.

Vacina no braço

Homenageado com o Circuito Senador Otto Alencar de Vaquejada, ele comemora o retorno das competições, lembrando que ela só foi possível graças à mobilização da sociedade para forçar o presidente da República a comprar vacina para imunizar a população contra a Covid-19. Uma luta que também teve no senador um destaque em nível nacional, com sua atuação na CPI da Covid.

“Se as pessoas que, como eu, adoram uma cavalgada, puderam voltar a participar, por exemplo, da tradicional Vaquejada da Independência, no Parque João Levy, em Santa Bárbara, como tantas outras pelo Brasil a fora, e sem máscaras, foi porque nós lutamos no Senado para obrigar esse governo federal negacionista a botar a vacina no braço das pessoas”, declarou Otto. Lembrou, também, que só a famosa Vaquejada de Serrinha, conhecida como a Maior Vaquejada do Mundo, realizada no Parque Maria do Carmo, gera mais de 1500 empregos diretos e mais de 5000 indiretos, atraindo cerca de 60 mil pessoas por dia, com shows de artistas do cenário nacional.

Promotor da Vaquejada de Serrinha, Vardinho Serra foi um dos idealizadores da homenagem e não esconde sua admiração pelo senador: “Nós fizemos o circuito Otto Alencar para agradecer a ele, pois todo mundo hoje reconhece, nós temos amizades muito grandes no Brasil todo, e todo mundo queria que Otto, o senador, fosse senador lá nos estados deles, nos estados onde eles moram, para dar o voto ao senador Otto em agradecimento. Então, nós baianos, não temos condições de votar contra Otto Alencar. Nós só temos condições de pagar ao senador com o voto”.

Um milhão de empregos

Vardinho é enfático ao afirmar que a atuação de Otto foi decisiva para a liberação das vaquejadas e outros eventos envolvendo animais, com a regulamentação da atividade. “Ele deu 100% de apoio à luta, que liberou também as cavalgadas, as corridas de animais e outros eventos. Se não fosse o senador Otto Alencar, todo esse segmento não existiria mais hoje. E já pensaram que quase um milhão de empregos seriam perdidos? Então nós devemos muito, muito ao senador Otto Alencar”, reforçou.

Natural do município de Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina, Otto Alencar diz com orgulho que foi criado “no lombo de um cavalo”. Segundo ele, a vaquejada já era tradição em sua família, passada de pai para filho: “É uma cultura do Nordeste que se expandiu para o Brasil todo. A vaquejada emprega cerca de um milhão de pessoas e inclui cuidados com os animais e com os vaqueiros”.

A PEC de sua autoria redobrou os cuidados, ao incluir um artigo na Constituição Federal determinando que a vaquejada seja registrada como “bem de natureza imaterial” e seja regulamentada por lei que garanta o bem-estar dos animais. Desde que a prática foi regulamentada as vaquejadas intensificaram as medidas de proteção à integridade física dos animais, exigindo assistência veterinária, transporte adequado, uso de cauda artificial e de 50 cm de areia em toda a extensão da pista, bem como a proibição do uso de chicotes e esporas.

Protetor de cauda

Para o veterinário Valmir Veloso, experiente em vaquejadas e que participou do evento de Santa Bárbara no último final de semana, a comprovação de crueldade animal é hoje um quesito de desclassificação dos infratores. “Para existir a vaquejada tem que ter veterinários dentro do parque, ele é o responsável técnico pelo bem-estar animal. Ele acompanha todo o andamento da corrida, verifica que não haja maus-tratos, porque se algum vaqueiro se exceder ele é desclassificado da prova”, explicou.

Como exemplo das exigências o veterinário citou o uso do protetor de cauda: “Para que não seja partida a cauda do boi, o vaqueiro não pega mais na cauda, só no protetor, que passou por testes em universidade e não causa dano nenhum ao animal”.

O vaqueiro Rui Leão, um dos que disputaram a vaquejada no parque João Levy, é outro que reconhece que a atuação firme do senador foi crucial para que os eventos tenham voltado a acontecer. “Graças a Deus o nosso senador Otto Alencar chegou junto com a gente. Temos muito a agradecer a ele, porque quase que a gente não ia ter mais vaquejada. E muita gente é sustentada pela vaquejada, do tratador ao vaqueiro, a quem trabalha no curral. Agora nós que temos que estar junto dele”, propôs.

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