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segunda-feira 25 de novembro de 2019 às 15:08h

Valmir repudia atos de violência e reintegração de posse em acampamentos em Casa Nova e Juazeiro

POLÍTICA, VALE DO SÃO FRANCISCO


A segunda-feira (25) foi de terror para as mais de 700 famílias sem-terra do Vale do São Francisco que trabalham em acampamentos nos municípios de Juazeiro e Casa Nova – devido a uma ação violenta de despejo e reintegração de posse das áreas ocupadas de perímetro irrigado. Essas famílias tiveram suas casas destruídas, existe ameaça de destruição de suas plantações, e durante a resistência dos acampados houve confronto e ação truculenta das polícias Federal e Militar, deixando pessoas feridas e intimidadas.

O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que acompanha o caso, repudiou os atos violentos e também criticou a reintegração de posse. “Essas famílias estão nestes locais, chamados de perímetros irrigados, por acordo com os governos, a área que era da Codevasf foi cedida para o povo produzir seu alimento e ter sua renda ao vender os produtos. São milhares de hectares de produções de frutas, verduras e cereais que abastecem toda a região”, diz.

Um documento da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, assinado pelo presidente, deputado Helder Salomão (PT-ES) e pelo baiano Valmir Assunção denuncia e pede providência sobre a ação truculenta na Bahia que violou os direitos das famílias. A denúncia foi encaminhada para a subprocuradora-geral da República, Deborah Macedo Duprat, e aponta relatos que “os policiais chegaram atirando contra os acampamentos, utilizando bombas de fumaça e balas de borracha que atingiram a cabeça do trabalhador Laurindo Pereira Silva, conhecido como ‘Seu Pepeu’. Os trabalhadores sem-terra tiveram suas casas destruídas pelos policiais”. A denúncia dos deputados ainda aponta que “a Codevasf ingressou com pedido de reintegração de posse, perante a Justiça Federal de Juazeiro, contra a ocupação das famílias de rurícolas, que se estende desde 2007, mediante acordo firmado entre os governos federal e estadual, Incra, Ouvidoria Agrária, a Codevasf e o Ministério Público Federal”.

A área, objeto de litígio, onde ocorreu o despejo violento tem cerca de 1.727 hectares, são 19 lotes. Compreende os acampamentos Abril Vermelho, no Projeto Salitre, em Juazeiro, Irmã Dorothy e Iranir de Souza, no Projeto Nilo Coelho, em Casa Nova. O deputado Valmir Assunção lembra que o local recebeu a visita da ‘Caravana do Nordeste’ e foi um dos pontos mais preocupantes dos organizadores da missão política na região. Em nota, o MST diz que vai ter resistência. “Vamos resistir, lá existe alta produtividade de frutas, defendido pelos prefeitos da região diante da importância econômica e de geração de empregos. Participei da audiência pública realizada em Juazeiro para debater o tema, aprofundamos os assuntos. E este despejo violento é completamente inadmissível e desnecessário. O terror causado pelo despreparo das forças que ali atuaram resultou em pessoas feridas gravemente. O uso de milícias para a ação mostra sua ilegalidade”.

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