sexta-feira 28 de fevereiro de 2025
Valdemar Costa Neto, Presidente do Patido Liberal (PL) — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Home / DESTAQUE / Valdemar será candidato a deputado federal em 2026 e sonha em presidir a Câmara
sexta-feira 28 de fevereiro de 2025 às 16:41h

Valdemar será candidato a deputado federal em 2026 e sonha em presidir a Câmara

DESTAQUE, ELEIÇÕES 2026, NOTÍCIAS


O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse a aliados que se candidatará a deputado federal na eleição do ano que vem. A decisão marca uma tentativa de retornar ao cargo que ele renunciou em 2013 após ser condenado pela participação no Mensalão. Mais do que a volta ao Congresso, pessoas com conhecimento dos planos do dirigente partidário afirmam que ele almeja ser presidente da Câmara dos Deputados.

O Estadão publicou que Valdemar já começou a articular sua candidatura, especialmente na região de Mogi das Cruzes (SP), sua base política. Ele quer que prefeitos e ex-prefeitos da região desistam de candidaturas a deputado federal em 2026. A proposta de Valdemar é que eles disputem uma vaga de deputado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), façam campanha para ele e tenham, em troca, a campanha turbinada por recursos do partido.

Procurado, Valdemar disse que “não conversamos sobre este assunto ainda”. Ele acrescentou que foi orientado por seu advogado a não dar entrevistas. O presidente do PL foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito do golpe, mas foi poupado na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo o chefe do órgão, Paulo Gonet, não ficou provado que Valdemar sabia que o relatório de uma empresa contratada pelo PL para questionar o resultado eleitoral havia sido manipulado. O documento apontava, falsamente, mau funcionamento de certos modelos das urnas eletrônicas na eleição de 2022.

Valdemar teria foro privilegiado como deputado federal, o que em tese teria efeito reduzido pois o inquérito sobre o golpe já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), e não poderia ser preso, salvo em caso de flagrante por crime inafiançável e, mesmo assim, somente com aval da Câmara.

O deputado federal Marcio Alvino (PL) é um dos que teriam sido procurados por Valdemar para desistir de tentar a reeleição. Alvino, que reconhece ter herdado não apenas a base eleitoral, mas o número de urna do aliado, conta uma história diferente: diz que foi ele quem procurou Valdemar quando ficou sabendo da intenção do dirigente voltar ao Legislativo federal.

“Eu disse a ele que, se ele entendesse que eu o atrapalharia, eu não seria candidato à reeleição e gostaria de coordenar a campanha dele, como sempre fiz quando eu era prefeito de Guararema”, disse Marcio Alvino. “A resposta dele foi: ‘eu vou ser candidato, mas eu preciso de você em Brasília’. Portanto, ele será candidato a deputado federal e eu também”, acrescentou.

O deputado será alçado à cúpula do PL nesta quinta-feira, 27. A convite de Valdemar, ele se tornará o primeiro vice-presidente nacional da sigla, segundo posto mais alto na hierarquia partidária. Alvino, porém, disse que o convite não está relacionado à pretensão eleitoral do dirigente. “Não há vinculação”, afirmou.

Marcio Alvino também confirmou ao Estadão que o secretário do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura São Paulo e ex-prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi (PL), que almejava ser candidato a deputado federal, decidiu se candidatar a deputado estadual. “Ele deve ajudar o Valdemar e me ajudar também [na eleição]”, contou. Procurado, Ashiuchi não quis comentar o assunto.

Valdemar também acionou o prefeito de Itaquaquecetuba, Eduardo Boigues (PL), e o ex-prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado (PL), outros que pretendem se eleger para a Câmara dos Deputados.

Em nota, Boigues negou ter conversado com o presidente ou qualquer dirigente do PL sobre a eleição de 2026. Aliados dizem que ele tem potencial para ser um dos candidatos a deputado federal mais votados na região do Alto Tietê e, portanto, não deve recuar da pretensão. Boigues foi reeleito com 91,7% dos votos o que lhe deu o posto de prefeito proporcionalmente mais votado do Brasil na eleição de 2024.

Machado também negou, via assessoria de imprensa, ter tratado da eleição de 2026 com Valdemar, mas disse que uma possível candidatura do presidente do PL “contaria com o seu apoio claro e reconhecido”. O ex-prefeito de Jundiaí foi indicado pelo partido para comandar a Secretaria de Desestatização da gestão Ricardo Nunes (MDB) na Prefeitura de São Paulo, mas ainda não tomou posse.

O acordo de Machado com Nunes era que ele seria empossado apenas no início de fevereiro porque passaria o início do ano nos Estados Unidos em uma viagem familiar. Porém, conforme publicado pela Folha de S. Paulo e confirmado pelo Estadão, Nunes ainda não o nomeou para o cargo. O prefeito decidiu segurar a nomeação após desentendimentos entre a Prefeitura e o vereador Lucas Pavanato (PL).

Veja também

MPF abre investigação contra ex-CFO do Itaú acusado de fraude

O Ministério Público Federal iniciou uma investigação sobre um suposto desvio de fundos por parte …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!