quinta-feira 6 de março de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto — Foto: Beto Barata/PL/06-07-2023
Home / JUSTIÇA / Valdemar monta estratégia para voltar a falar com Bolsonaro após ficar fora de acusação da PGR
quinta-feira 6 de março de 2025 às 06:02h

Valdemar monta estratégia para voltar a falar com Bolsonaro após ficar fora de acusação da PGR

JUSTIÇA, NOTÍCIAS, POLÍTICA


Com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fora da lista dos acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de envolvimento na trama golpista, a defesa do dirigente partidário decidiu retomar a estratégia que tenta resgatar a comunicação entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Um pedido para revogar a restrição que está em vigor há mais de um ano deve ser apresentado nos próximos dias ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A interlocutores, Valdemar vem argumentando que não vê mais motivos para a proibição, já que ele não foi acusado pela tentativa de golpe de Estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Há expectativa no entorno do dirigente de que seja possível inclusive agendar uma reunião entre os advogados e Moraes, com o intuito de explicar a nova solicitação. Procuradas, as defesas de Valdemar e de Bolsonaro não se manifestaram.

O ex-presidente e o chefe do PL estão proibidos de manter contato desde fevereiro de 2024, quando houve a Polícia Federal (PF) realizou a operação Tempus Veritatis –– que apurava a elaboração de uma trama golpista após as eleições de 2022. Ambos chegaram a ser indiciados pela PF em novembro, mas Valdemar não foi acusado pela PGR, que denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

A defesa de Valdemar já solicitou algumas vezes a Moraes que a proibição de contato fosse revertida, todas elas sem sucesso. Antes das eleições municipais do ano passado, o presidente do PL fez um dos últimos requerimentos ao STF, alegando motivações envolvendo a política partidária.

Como publicou o jornal O Globo em agosto de 2024, Bolsonaro e Valdemar vinham adotando estratégias para frequentar a sede do partido, em Brasília, sem ferir a decisão imposta por Moraes — evitando os encontros no local. O presidente do PL chegou a despachar de uma sala no térreo do prédio onde a legenda funciona, mas desistiu semanas depois. Para não se esbarrar, os dois também passaram a adotar uma alternância de horários nos eventos da sigla.

Ainda como parte da “tática”, tanto Valdemar quanto Bolsonaro avisam quando saem de casa em direção ao local de trabalho. No estacionamento do edifício e nos corredores, seguranças ficam de prontidão com a missão de avisar quando um deles entra ou sai.

Em julho de 2024, Moraes chegou a questionar a defesa de Valdemar e de Bolsonaro sobre um possível encontro entre os dois durante a convenção do MDB que lançou a candidatura à reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Na decisão em que determinou as explicações, Moraes apontou que reportagens apontam que, “embora devidamente cientes acerca da proibição de manterem contato”, a dupla esteve reunida no evento.

Em resposta ao STF, naquela época, a defesa de Bolsonaro disse que o ex-presidente teve o cuidado de comparecer ao evento em horário diferente e posterior à saída do Sr. Valdemar da Costa Neto, de sorte que malgrado ambos tenham estado presentes no mesmo local, o estiveram em horários distintos, não se encontrando em nenhum momento”.

O último encontro entre os dois ocorreu em dezembro, quando Bolsonaro pediu a Moraes que pudesse comparecer à missa de sétimo dia da mãe de Valdemar, Leila Caran Costa. O ministro chegou a autorizar a ida do ex-presidente ao velório da matriarca, mas a decisão não chegou a tempo.

Ao denunciar Bolsonaro, a PGR afirmou que ele “liderou” organização criminosa que tentou golpe de Estado. “A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por Jair Messias Bolsonaro, baseada em projeto autoritário de poder”, escreveu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, na peça.

Embora tenha sido indiciado pela PF na mesma investigação, Valdemar foi um dos 11 investigados que não foram denunciados. Ele sempre negou as acusações. De acordo com a PGR, a suposta organização criminosa estava “enraizada na própria estrutura do Estado” e tinha “forte influência de setores militares”.

Veja também

Geraldo Alckmin agenda conversa com secretário de comércio dos EUA por vídeo

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), vai conversar …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!