sexta-feira 5 de julho de 2024
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e bolsonaristas voltam a viver embates — Foto: Beto Barata/PL
Home / DESTAQUE / Valdemar Costa Neto e bolsonaristas voltam a ter embate, agora sobre as eleições 2024
domingo 3 de dezembro de 2023 às 09:26h

Valdemar Costa Neto e bolsonaristas voltam a ter embate, agora sobre as eleições 2024

DESTAQUE, ELEIÇÕES 2024, NOTÍCIAS


A montagem das chapas do PL para a eleição municipal do ano que vem se transformou num embate interno entre os bolsonaristas e a ala mais pragmática, comandada pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. Nomes do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) querem segundo Gabriel Sabóia, do O Globo, centralizar as escolhas, enquanto o grupo mais próximo ao dirigente prefere dar mais poder aos diretórios regionais. Já ocorreram atritos nas negociações para as definições em Fortaleza e João Pessoa.

O PL, que elegeu 343 prefeitos em 2020, tem a meta ambiciosa de mais do que triplicar o número e chegar ao patamar de 1.200 — e o desenvolvimento do plano está ocorrendo em meio a divergências. Nomes próximos a Bolsonaro reclamam da falta de um coordenador do projeto eleitoral, a exemplo do que o PT fez ao escalar o senador Humberto Costa (PE) para a função.

Bolsonaristas também se queixam de uma distância do partido em relação a pautas de direita. Na ponta oposta, o núcleo de Valdemar se diz mais preocupado em fortalecer o partido, não o bolsonarismo especificamente. Bolsonaro e Valdemar se reuniram recentemente para, segundo interlocutores, “aparar arestas”.

Queda de braço

Um exemplo deste tipo de atrito ocorreu no Ceará, há duas semanas, quando o deputado André Fernandes foi formalizado como pré-candidato em Fortaleza. Ele foi bancado pelo ex-presidente no posto e, para que isso fosse possível, a ala considerada “mais moderada” do PL foi desligada do diretório regional, que agora é presidido pelo deputado estadual Carmelo Neto. Os dois terão mais espaço para levantar a bandeira das pautas conservadoras no estado, numa vinculação direta ao ex-presidente. Sem uma liderança que coordene o projeto eleitoral, decisões deste tipo têm sido tomadas de maneira isolada, deixando marcas pela falta de composição interna na sigla.

Outra tensão pôde ser vista em João Pessoa, onde a escolha pelo ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga para disputar a prefeitura ainda gera rusgas. Apoiado por Valdemar, ele é contestado entre os bolsonaristas da Paraíba por, supostamente, ter pouca vinculação às bandeiras de direita. Apesar de o ex-ministro ter recebido o aval de Bolsonaro nas últimas semanas para seguir a empreitada, sobram dúvidas quanto ao embarque do ex-presidente na campanha.

— Toda articulação está sendo feita por meio dos diretórios. Esse tipo de contratempo, de discordância, é normal neste período, mas não há uma cizânia entre as alas do PL — minimiza Valdemar.

De acordo o dirigente, o PL planeja ter candidatura própria em 14 capitais: Florianópolis, Rio de Janeiro, Curitiba, Vitória, Fortaleza, Natal, Belo Horizonte, Manaus, Boa Vista, Porto Velho, Campo Grande, Cuiabá, Belém e Rio Branco.

Até o momento, embora não exista no PL um grupo de trabalho constituído com o objetivo de coordenar o projeto eleitoral, as decisões passam também por quatro militares, que mantêm interlocução com políticos locais: o ex-ministro Braga Netto, além de Flávio Botelho Pellegrino, ex-assessor de Braga Netto, Marcelo Lopes de Azevedo e Vital Lima dos Santos. Cabe a eles estabelecer uma agenda de eventos e fazer o contato com os prefeitos.

Ao mesmo tempo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também ampliou o poder no PL e tem opinado nas decisões sobre a estratégia do partido para o pleito de 2024, com influência nas definições das chapas no Rio e em São Paulo. Ela participa semanalmente das reuniões da legenda, em Brasília, que começam a desenhar o cenário eleitoral, além de viajar o país na condição de presidente do PL Mulher. Michelle também será responsável pela nominata feminina, apontando quais lideranças podem ser indicadas como candidatas.

Veja também

Partido do bilhão, PL de Valdemar e Bolsonaro planejam fazer recorde de prefeituras

Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o financiamento empresarial de campanhas eleitorais, há …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!