As infecções resistentes a medicamentos causam 4,95 milhões de mortes por ano, a maioria delas em países em desenvolvimento.
Um novo estudo da Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgado na sexta-feira, descobriu que mais de meio milhão de vidas poderiam ser salvas, a cada ano, com o uso eficaz de vacinas.
Contenção de parasitas resistentes a tratamento
A resistência antimicrobiana, ou RAM, ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas se adaptam ao longo do tempo e deixam de ser suscetíveis aos tratamentos existentes.
O problema foi descrito pela OMS em 2019 como uma das 10 principais ameaças globais à saúde pública.
O novo estudo, publicado no jornal científico Bristol Medical Journal, destaca a importância das medidas preventivas, incluindo a vacinação, para desacelerar e conter a propagação da RAM.
As vacinas contribuem para um declínio nas infecções entre pessoas imunizadas e não imunizadas. Por isso, elas reduzem a necessidade de usar antimicrobianos, minimizando o risco de uso indevido. Como resultado, a disseminação de cepas resistentes cai.
Impactos positivos na África e Ásia
De acordo com o estudo, a maior redução de mortes seria sentida na África e no sudeste asiático, que atualmente concentram dois terços da carga de RAM evitável por vacina.
Os maiores impactos seriam em relação a bactérias que causam a tuberculose e a pneumonia nessas regiões.
Em nível global, a proporção estimada de pessoas com tuberculose resistente em 2021 foi de 3,6% entre os novos casos e de 18% entre os previamente tratados.
Segundo a OMS, as vacinas são uma ferramenta valiosa para reduzir a propagação da RAM, juntamente com outras medidas para prevenir, diagnosticar e tratar infecções.
Outras medidas preventivas
Dentre elas estão a garantia de acesso à água, saneamento e higiene, especialmente em unidades de saúde, programas de prevenção e controle de infecções e garantia do acesso e uso adequado de diagnósticos e medicamentos, incluindo antibióticos.
O estudo foi realizado pela Organização Mundial da Saúde,OMS, pelo Instituto Internacional de Vacinas da Coreia do Sul, IVI, e pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
Os autores usaram dados de 2019 para modelar o impacto potencial de 15 vacinas contra agentes infecciosos da lista de patógenos bacterianos prioritários da OMS.