Se aprovada pelo Ministério da Saúde, a vacinação da delegação brasileira que vai aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio deve proporcionar um lote de mais seis mil vacinas para o SUS, beneficiando 3 mil brasileiros. Os imunizantes fazem parte de uma doação do Comitê Olímpico da China ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e, para serem aplicadas no Brasil, teriam como contrapartida a doação de duas vacinas para cada uma utilizada para credenciados, o que inclui jornalistas.
Em março, conforme a coluna Demétrio Vecchioli do Uol, o presidente do COI, Thomas Bach, relatou que o comitê olímpico da China havia oferecido doses suficientes para imunizar todos os participantes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, e também um estoque para ser usado na Olimpíada de Inverno de 2022, que vai acontecer em Pequim, daqui a poucos meses, no começo do ano que vem.
Em ofício ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), o COI ofereceu esses imunizantes, do tipo Coronavac, para atletas brasileiros. O COB então procurou o Ministério da Defesa, que está intermediando as tratativas com o Ministério da Saúde. A oferta é que sejam doadas seis doses para cada pessoa vacinada. Duas iriam para o beneficiado e outras quatro para a delegação brasileira que vai a Tóquio.
A lei vigente no Brasil, sancionada em março pelo presidente Jair Bolsonaro, até autoriza a vacinação privada, mas só depois que todos os grupos prioritários estiverem vacinados (até lá, todos as doses adquiridas devem ser doadas integralmente ao SUS) e metade das doses compradas precisam ser doadas ao SUS.
Pelo que está sendo negociado entre COB, Defesa e Saúde, as delegações olímpicas brasileiras seriam incluídas como grupos prioritários e, em troca, seriam doadas duas doses para cada uma aplicada. E os beneficiários não seriam apenas atletas, comissão técnica e funcionários do COB, mas todos os credenciados. Ou seja, todos que vão entrar na bolha olímpica/paraolímpica, o que inclui a imprensa.
No fim de semana o COB e o CPB fizeram um levantamento de quantas pessoas seriam beneficiadas e chegaram ao número de 1,4 mil. Isso porque em várias modalidades, como o atletismo, qualquer atleta ainda pode fazer índice. A lista não leva em conta o futebol masculino, porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou uma lista larga considerada grande demais. Só membros da comissão técnica são quase 100.