Seja para tirar dúvidas rápidas ou para auxiliar em tarefas no trabalho, o uso de IA tem conquistado cada vez mais espaço na rotina dos brasileiros.
Uma pesquisa realizada pela HSR Specialist Researchers indicou que 84% das pessoas entre 25 e 34 anos já usaram algum tipo de ferramenta de inteligência artificial.
“A IA generativa é, de fato, uma ferramenta poderosa que, embora ainda esteja em fase inicial de implementação no país, já começa a mostrar seu valor”, afirma Bruno Nunes, especialista em tech e CEO da Base39.
A alta na popularidade está diretamente ligada a variedade de aplicações e acesso mais fácil ao público, mas esse crescimento ainda esbarra em fatores sociais.
Entre os entrevistados da classe A, 95% já utilizaram plataformas de IA, enquanto o percentual cai para 61% entre os pertencentes às classes C2, D e E.
Mesmo com alto índice de uso de smartphones no país, existem motivos para essa barreira.
“Muitos planos de internet móvel oferecem dados apenas para redes sociais, tornando o uso de IAs custoso, já que consome dados não incluídos nos pacotes contratados”, explica Vitor Elman, membro do Comitê de Inteligência Artificial da IAB Brasil à IstoE Dinheiro.
ChatGPT na liderança, Meta cresce
Responsável por popularizar a era moderna da IA generativa, o ChatGPT é o queridinho dos brasileiros, liderando o ranking de uso no país.
O MetaAI, que pode ser utilizado via WhatsApp, ficou em 2º lugar, o que mostra que a integração com plataformas que fazem parte dos pacotes de dados pode ser um passo importante para quebrar as barreiras sociais da inteligência artificial.
A aplicação também se torna acessível por ser intuitiva e funcionar em português.
“Algumas ferramentas, como o Midjourney (usada para geração de imagens), aceitam apenas comandos em inglês, dificultando a experiência para quem não domina o idioma”, diz Elman
Brasileiros creem em ‘efeito positivo’
Apesar das preocupações iniciais sobre o impacto do uso dessas ferramentas no mercado de trabalho, 73% dos brasileiros avaliam que elas trarão melhorias nesse aspecto, enquanto 70% acreditam que elas terão efeitos benéficos em suas vidas pessoais
“Não basta injetar bilhões em uma tecnologia promissora sem considerar suas ramificações na sociedade. O futuro da inteligência artificial é brilhante, mas também deve ser justo e inclusivo para todos”, finalizou Nunes.