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terça-feira 4 de julho de 2023 às 18:01h

Uruguai volta a ameaçar saída do Mercosul e não assina comunicado do bloco

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Se Brasil, Argentina e Paraguai não se juntarem à mesa de negociação com o presidente chinês Xi Jinping, o Uruguai seguirá nas negociações de um acordo bilateral com a China, afirmou o presidente do Uruguai, Lacalle Pou, aos chefes de Estado do bloco nesta terça-feira (4), conforme o jornal O Globo.

A ameaça foi feita durante sessão plenária da 62ª cúpula de chefes de Estado do bloco. Ao final do encontro, o Uruguai também se recusou a assinar, pela quarta vez seguida, o comunicado conjunto do Mercosul, o que acontece desde dezembro de 2021.

— Com relação a China, vocês sabem a posição do Uruguai. Quando vemos que não avançamos juntos, entendemos a visão de cada um de vocês. A nossa é que façamos juntos. Se não podemos fazer assim, vamos fazer bilateralmente — enfatizou o presidente uruguaio, que é líder da direita no país vizinho.

Lacalle Pou justificou que o Uruguai estaria perdendo “mercados”, ao postergar essa negociação, e provocou os outros países-membros ao dizer que está sendo penalizado por estar com uma balança comercial deficitária na região.

— A verdade é que substancialmente não existe nada [de acordos do Mercosul com outras regiões] e o Uruguai luta para conseguir mercados. Não é um capricho, a participação do Uruguai no Mercosul foi se enfraquecendo. A balança comercial do Uruguai com cada um dos países-sócios é deficitária. Precisamos [Mercosul] avançar e, se não formos juntos, faremos bilateralmente — emendou.

Segundo Lacalle Pou, ele estaria repetindo apenas uma demanda do povo uruguaio, que seria favorável à “flexibilização” do Mercosul por conta do seu “imobilismo”.

— O Uruguai vem com a insistência de que continuemos com esse canto. Muitos governantes [uruguaios] vêm falando o mesmo: é necessário ao Mercosul se flexibilizar. Sei que tive pouco eco, mas não posso fazer outra coisa que não dizer o que o povo sente, que é a flexibilização, que é abrir-se ao mundo. Tenho que dizer porque não somos bobos. Claro que é melhor [negociarmos] juntos. Se vamos juntos, vamos ser muito mais fortes e teremos condições de negociar, mas o imobilismo é o que nos preocupa — defendeu.

Por fim, o chefe de Estado do Uruguaio desejou sorte ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na presidência rotativa do Mercosul, cargo assumido pelo Brasil nesta terça. Apesar disso, ele voltou a ironizar a demora de “25 anos” do bloco para fechar um acordo comercial com a União Europeia.

— Desejo a Lula a maior sorte e sei que ele vai se empenhar para fechar acordo com a União Europeia. Peço que você, Lula, seja gerador de otimismo, em meio ao abundante pessimismo diante desse acordo. São 25 anos para um acordo. No mundo moderno, isso não é lógico. Sabemos o que temos a favor e o que temos contra, mas tiremos os obstáculos da frente para poder fechar esse acordo — concluiu.

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