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quarta-feira 14 de julho de 2021 às 18:34h

UPB busca diálogo com a SEC para sanar dificuldades no retorno às aulas presenciais

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Gestores voltam a se reunir na tarde desta quarta para definir encaminhamentos

Prefeitos que compõem a Câmara Setorial da Educação na União dos Municípios da Bahia (UPB) se reuniram com o secretário estadual da Educação, Jerônimo Rodrigues, nesta quarta-feira (14), para buscar explicações sobre o retorno das aulas presenciais no estado, anunciado pelo Governador Rui Costa para 26 de julho. Os gestores alegam dificuldades de um retorno conjunto, uma vez que precisam licitar o transporte escolar, estruturar as escolas municipais com equipamentos de segurança sanitária, deter recursos para merenda e outras questões. A reunião teve como objetivo abrir o diálogo com o estado para que os municípios sejam ouvidos neste retorno. Uma nova reunião foi agendada para a elaboração de um documento a ser entregue ao governador.

As dificuldades dos municípios para a retomada das aulas presenciais foram listadas pelo diretor da UPB e prefeito de Santana, Marcão Cardoso. “É importante o estado e municípios saírem alinhados. Um depende do outro e, por mais que a gente queira cumprir essa data do nosso governador, nos deparamos com diversas questões, como da vacina, que a segunda dose só deve ser alcançada a partir de agosto; a dificuldade da estruturação sanitária dos municípios; prefeituras que investiram recursos na compra de tabletes e o mais grave que é a licitação do transporte escolar, que não se resolve da noite para o dia, precisa do amparo legal. Tem município preparado, outros não. Precisamos desse alinhamento com o estado para sairmos juntos e otimizarmos os recursos”.

O presidente da UPB, Zé Cocá, informou ao secretário Jerônimo do grande descontentamento gerado entre os prefeitos por não terem sido ouvidos para a decisão do retorno. Como prefeito de Jequié, ele também lembrou a dificuldade de mapear a área territorial do município para montar as linhas do transporte. “Essa é uma área complexa, extremamente fiscalizada, que precisa de cuidado. Precisamos ter uma nota orientadora, construída conjuntamente, para orientar esse retorno respeitando as limitações de cada município”, pontuou.

“Eu acolho essas sugestões e críticas que são bem-vindas. O desejo é a defesa da aprendizagem. Estamos num ambiente de construção conjunta, mas precisamos chamar à atenção para isso”, justificou o secretário Jerônimo Rodrigues. Ele adiantou que o estado fará o repasse do valor cheio do PET aos municípios, mesmo transportando metade das turmas, e sugeriu a construção de um documento para ser entregue ao governador, que nivele a condição de retorno dos municípios. “O governador está ciente que estamos aqui e à tarde vou preparar um relatório para levar até ele. Precisamos fazer um arranjo, não só para o retorno às aulas, já que a UPB tem esse grupo coeso, nós precisamos desse arranjo para tudo. Todos os pontos colocados aqui”, sugeriu.

Valorização do diálogo

Entre os membros da Comissão, participaram o prefeito Vitor do Posto de Santanópolis, Ana Cléia de Ibirataia e Antonio Marcos de Aratuípe. Todos colocaram a preocupação em alinhar a decisão para que não ocorra um desgaste e a rejeição da população à medida. Os prefeitos também destacaram que muitos municípios estão com gestores de primeiro mandato, enfrentando dificuldades comuns, e que ainda não licitaram as linhas de transporte escolar para levar alunos da rede estadual e municipal que moram na zona rural até a escola, o que demandará tempo. Outro problema é que muitas prefeituras já distribuíram kits da merenda escolar e não detém recurso no momento para oferecer a alimentação dos estudantes nesse retorno.

Até esta terça-feira (13) apenas 94 municípios baianos declaram ter o transporte licitado, de acordo com um levantamento feito pela União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação da Bahia (UNDIME-BA). O presidente da entidade, Willians Panfile, participou da reunião e destacou que a preocupação é ainda maior com os municípios pequenos. “Precisamos sentar e buscar um alinhamento, ver os municípios que têm condições, os que não têm e acalmar. Estamos fechando os dados desse levantamento e podemos passar para que seja o ponta pé desse diálogo. Sabemos que não podemos ficar dois anos sem aulas, alguns alunos estão em situação de vulnerabilidade, e precisamos buscar um entendimento para retornar, mas com o alinhamento para voltar da melhor forma possível”, afirmou.

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