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quarta-feira 10 de agosto de 2022 às 07:58h

Unidos por Lula e Alckmin, PT e PSB são adversários em 12 estados

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Juntos no primeiro turno em quatro eleições presidenciais desde a redemocratização, PT e PSB não repetiam a aliança desde 2010. Com a chapa formada por Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, os dois partidos reeditaram em 2022 uma união nos moldes da de 1989, quando o PT indicou o cabeça de chapa (Lula), e o PSB, o vice (José Paulo Bisol). Há 33 anos, eles terminaram as eleições em segundo lugar, atrás de Fernando Collor de Mello, então no PRN.

Segundo Danilo Moliterno e Leonardo Rodrigues, da CNN, embora tenham fracassado na tentativa de formar uma federação, que prevê uma atuação conjunta por no mínimo quatro anos, as legendas conseguiram costurar, além da coligação nacional para a disputa de outubro, acordos em 15 estados, segundo um levantamento feito pela CNN.

Em outros 12 estados, porém, PT e PSB estão em lados opostos. São eles: Acre, Amazonas, Roraima, Tocantins, Ceará, Paraíba, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.

Os arranjos e desarranjos regionais

A aliança nacional PT-PSB deve se reproduzir na maior parte dos estados, mas a relação entre os parceiros tem sido complexa. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, um dos partidos abriu mão da candidatura majoritária para resolver o impasse.

O ex-governador Márcio França (PSB) aceitou disputar o Senado para compor a chapa de Fernando Haddad (PT), candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Além disso, a esposa de França, Lúcia, pelo mesmo PSB, será a vice de Haddad.

No Rio Grande do Sul, não houve resolução. Beto Albuquerque (PSB) chegou a desistir da candidatura, no que indicava ser um final harmônico para a disputa, mas o partido lançou outro nome. No final, as legendas estarão em lados opostos na corrida pelo Palácio do Piratini: Edegar Pretto (PT) e Vicente Bogo (PSB) serão candidatos.

No Rio de Janeiro, a direção nacional do PT decidiu intervir. Na chapa de Marcelo Freixo (PSB) para o governo, o partido de Lula indicou André Ceciliano para senador. Os pessebistas, contudo, mantiveram a candidatura de Alessandro Molon ao cargo. O diretório local do PT acusou o PSB de não cumprir o acordo.

Com isso, o PT no Rio chegou a desistir de apoiar Freixo. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, evitou entrar na disputa. Já o PSB de Pernambuco, que conseguiu costurar acordo com os petistas, tentou intervir, defendendo a desistência de Molon. A candidatura do deputado federal, porém, acabou mantida, assim como a de Ceciliano. Apesar do impasse, os partidos estarão juntos no estado.

A interferência pernambucana tem origem em outro episódio emblemático do arranjo político entre os partidos. O PSB comanda Pernambuco há 16 anos e lançou o deputado federal Danilo Cabral para o pleito de 2022.

A dificuldade do candidato em decolar nas pesquisas eleitorais e a entrada da ex-petista Marilia Arraes (Solidariedade) na disputa ameaçam a hegemonia estadual. Diante da importância de assegurar Lula ao lado de Cabral, o PSB se dispôs a fazer concessões em outros estados.

O PT, por sua vez, abriu mão de uma candidatura própria no Espírito Santo. Os petistas decidiram apoiar a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB) em detrimento da candidatura de Fabiano Contarato (PT), retirada em julho.

Em outras regiões, alianças “externas” deixaram o acordo PT-PSB em segundo plano. Na Paraíba, petistas não apoiarão a reeleição do governador João Azêvedo (PSB) e estarão com Veneziano Vital do Rêgo (MDB).

O PSB estará em palanque oposto à legenda de Lula também no Ceará. Os pessebistas apoiarão Roberto Cláudio (PDT), candidato de Ciro Gomes. O PT lançou Elmano de Freitas ao governo do estado.

Discordância tem precedentes

PT e PSB estiveram juntos durante os governos Lula. Depois de lançar Anthony Garotinho à Presidência em 2002, os pessebistas apoiaram o ex-metalúrgico no segundo turno.

O partido apoiou a reeleição de Lula já no primeiro turno, em 2006, e a eleição de Dilma Rousseff (PT), em 2010.

Em 2013, a legenda desembarcou do governo, decidiu não endossar a reeleição da presidente e lançou Eduardo Campos (1965-2014). Com a morte do ex-governador de Pernambuco num acidente aéreo, Marina Silva assumiu a candidatura e foi a terceira mais votada. No segundo turno, a ex-ministra apoiou Aécio Neves (PSDB).

Em 2016, 29 dos 32 deputados do PSB votaram pelo impeachment de Dilma Rousseff. Dois anos mais tarde, não estiveram com Fernando Haddad na corrida presidencial.
Nas eleições municipais de 2020, o PSB se aproximou do PDT, com quem dividiu chapas em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Em todas elas, como adversário do PT.

Na capital pernambucana, houve um embate direto no segundo turno: João Campos (PSB) se elegeu contra Marília Arraes, ainda no PT, em disputa acirrada e com trocas de

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