Depois de repactuar as delações de Wesley e Joesley Batista, a J&F, holding dos irmãos Batista, tem outro desafio: destravar na Controladoria-Geral da União (CGU) seu acordo de leniência, uma espécie de delação premiada da pessoa jurídica. De acordo com a coluna de Bela Megale, as negociações foram suspensas pelo órgão por resistência da empresa em reconhecer crimes que fizeram parte dos acordos de delação dos executivos do grupo firmados em 2017. Segundo envolvidos nas negociações, a companhia quer amenizar fatos descritos como ilícitos na ocasião, transformando, por exemplo, pagamentos de propina em doação eleitoral.
Esse, porém, não é o único entrave. A J&F vem resistindo a entregar alguns documentos produzidos na investigação interna da empresa. Outro ponto é o valor da multa. A CGU quer o pagamento de R$ 2 bilhões para fechar o acordo. O grupo dos irmãos Batista está disposto a desembolsar, no máximo, R$ 650 milhões. O acordo evita que a companhia seja declarada inidônea, o que a proibiria de ser contratada pelo poder público.
A J&F já fechou uma leniência com o Ministério Público Federal há três anos, no valor de R$ 10,3 bilhões. Procuradas, a J&F e a CGU não quiseram se pronunciar sobre a tratativa.