A universalização do acesso à água e os desafios do saneamento rural foram temas do X Seminário Sisars e Centrais, aberto no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), nesta última terça-feira (5). As boas vindas aos participantes foram dadas pelo prefeito de Miguel Calmon e diretor da UPB, José Ricardo Requião. Ele ressaltou a importância do tema para o desenvolvimento da população no campo.
“É preciso confrontar a realidade com o discurso. A democratização do acesso à água é fundamental para sua preservação no futuro”, disse o prefeito que lembrou do projeto de gestão da água aplicada em Miguel Calmon há 22 anos e replicada depois pelo Governo do Estado.
O secretário de Recursos Hídricos, Leonardo Góes, representou o governador Rui Costa no evento e afirmou ser “pertinente discutir esse modelo de auto-gestão”. Segundo ele, o governo do estado trabalha para assinar nos próximos dias o termo de cooperação técnica com as centrais comunitárias de Jacobina e Seabra. “Estamos aqui para aprender com vocês nesta troca de experiências”, reforçou.
O presidente do Instituto SISAR, Marcondes Ribeiro, destacou que a Bahia é o estado com maior população em zona rural no Brasil. Segundo ele, “a dificuldade das comunidades é grande por isso essa troca é oportuna”. Já o representante da Câmara Temática de Saneamento Rural ABES, Helder Cortez, reforçou que “esse compartilhamento de informações põe o Nordeste no vanguardismo da gestão comunitária do saneamento rural”.
Nesse sentido também o representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/ Seção Bahia, Arnor Fernandes, afirmou que o seminário une os “atores que podem ampliar a gestão técnica, jurídica e institucional do movimento o comunitário rural”.
Já o coordenador do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS), Marcos Helano Montenegro, avaliou que todos os participantes têm a “a convicção da necessidade de avançar para solucionar problemas”. De acordo com ele é preciso “tratar todos como iguais” no acesso ao saneamento.
Os convidados criticaram as tentativas atuais de mudanças na legislação e no marco legal sobre o tema no Brasil para dar lugar à privatização das companhias de águas nos estados e municípios. Segundo eles, a agenda do saneamento está no noticiário nacional do Brasil e essa é uma oportunidade para o debate e a organização das centrais. O seminário segue até o dia 7 de novembro abordando a gestão da água, prestação dos serviços públicos, política estadual para o saneamento rural, cenários e perspectivas, financiamento e captação de recursos, sustentabilidade, impactos na saúde e outros.