Na sangria aberta pela crise da articulação política do governo Lula, o União Brasil conseguiu levar a promessa de troca na chefia do Ministério do Turismo, prestes a ser efetivada. Mas deputados federais do partido na Câmara dos Deputados aproveitaram também a turbulência para indicar um novo presidente para os Correios, hoje comandado pelo advogado Fabiano Silva dos Santos, filiado ao PT e representante do Grupo Prerrogativas, do qual é coordenador.
Sem considerar despesas correntes com materiais ou serviços e gastos salariais, os Correios desembolsaram R$ 758 milhões em investimentos só ano passado. É também a estatal com a maior folha salarial (90 mil funcionários). Daí o interesse do União em beliscar mais verbas e cargos da estatal.
Na partilha vigente até agora, além da presidência dos Correios, o PT controla três diretorias: Gestão de Pessoas; Econômico-Financeira, Tecnologia e Segurança da Informação; e Governança e Estratégia.
Enquanto pressiona o governo pelo comando, o União Brasil é dono das outras três diretorias: Negócios, Operações e Administração. Essa última ficou famosa no escândalo do Mensalão, em que o ex-ministro José Dirceu e parte da cúpula do PT acabaram condenados por corromper parlamentares em troca de apoio político no Congresso. Era nela que trabalhava Maurício Marinho, pivô do escândalo, filmado recebendo propina quando chefiava o Departamento de Contratação e Administração de Material.