Parlamentares do União Brasil dizem ver seletividade na investigação da Polícia Federal conforme a coluna Painel, da Folha, que mira o ministro Juscelino Filho (União Brasil-MA), após operação que teve como alvo obras da construtora Construservice contratadas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e bancadas com dinheiro de emendas parlamentares, algumas enviadas pelo deputado licenciado.
Eles lembram que a empresa foi uma das maiores beneficiadas por verbas para pavimentação durante o governo de Flávio Dino no Maranhão, de 2015 a 2022. No período, a empreiteira recebeu cerca de R$ 710 milhões e não foi alvo de operações do porte das realizadas pela PF atualmente —o sócio oculto da empresa, Eduardo DP, foi preso quatro vezes de 2015 a 2016 em investigações sobre agiotagem, corrupção e fraude em licitações.
O assunto foi tratado em uma reunião entre o hoje ministro Flávio Dino (Justiça) e o líder da União Brasil, o deputado baiano Elmar Nascimento.
A Construservice venceu pregões da Codevasf que totalizam R$ 527 milhões —a Codevasf empenhou R$ 139,4 milhões em contratos com a empresa.
Um dos alvos de busca da operação da PF foi Luanna Resende, irmã de Juscelino e prefeita de Vitorino Freire, no Maranhão. Depois da operação, a Codevasf determinou a suspensão de todos os contratos mantidos com a Construservice.