Uma das crenças do presidente Jair Bolsonaro (PL) e da coordenação de sua campanha é a de que uma eventual — e esperada — melhora da economia irá alavancar as chances de reeleição em outubro. Essa é uma das principais apostas da estratégia eleitoral governista. E pode dar certo, ao menos segundo a pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira, 30. De acordo com o levantamento, o eleitor está muito mais otimista quando o assunto é emprego e renda do que estava há alguns meses atrás.
Em relação ao emprego, 54% disseram que acreditam que a situação vai melhorar nos próximos meses contra apenas 9% que acham que irá piorar (em maio, na última pesquisa do instituto, 20% estavam pessimistas e 39% mostravam otimismo).
Sobre a renda mensal, 36% acham que ela irá aumentar nos próximos meses (eram 29% em maio), enquanto apenas 9% acham que ela irá piorar (eram 18% em maio). A grande maioria acha que vai ficar igual (51% tanto em maio quanto agora).
O otimismo do eleitor também foi detectado nas perguntas sobre as expectativas em relação a saúde, educação e segurança pública.
Alimentos e combustíveis
Sobre um dos temas mais delicados da campanha – a alta do preço dos alimentos, fartamente explorada pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) –, a grande maioria concorda que os preços têm aumentado muito (72,9%), mas apenas a metade (48,4%) acha que a culpa maior é de Bolsonaro – para 23,5% o presidente não tem muita participação nisso e 22,4% acham que ele não tem nenhuma.
Já em relação à queda do preço dos combustíveis nos últimos dias, 60,6% acham que Bolsonaro tem muita participação nisso e 25,6% acreditam que ele tem pouca participação – apenas 8,9% disseram que o presidente não teve nenhuma participação na redução dos preços.
Apenas um quarto do eleitorado (27,2%) afirmou que a economia do país só irá melhorar se Lula vencer a disputa presidencial. Para 21,4% a situação vai melhorar se Bolsonaro for o vencedor e outros 13,2% acham que ela vai melhorar independente do vitorioso. Para 23,4% a economia vai ficar igual qualquer que seja o vencedor da eleição.
A entrevista foi feita de forma presencial com 2.002 eleitores em todo o país e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o nº BR 00950/2022.