Prestes a completar dois meses, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue com vários órgãos da administração pública sem comando. Segundo publicou o jornal Valor Econômico, das 178 secretarias existentes, 60 (34%) estão com a chefia vaga.
Os dados foram levantados pela consultoria Ética Inteligência Política. Essas nomeações seguem aguardando o indicado passar pelos trâmites internos ou são motivo de disputas políticas entre os partidos da base aliada e estão indefinidas.
Pelo menos cem departamentos e diretorias que estão abaixo dessas secretarias, ou órgãos com status de secretarias existentes, também estão sem um responsável oficializado.
A situação é ainda pior nas estatais e autarquias: 47 (65%) de 72 entidades seguem sem definição de seus novos presidentes ou diretores-executivos, segundo a reportagem do Valor.
Essa demora nas nomeações tem provocado apagão em algumas áreas, geridas por interinos ou por escolhidos pela gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro, que já foram avisados que não ficarão no cargo.
Um dos exemplos é o Ministério das Relações Exteriores, onde nenhuma das secretarias teve a nomeação publicada ainda. A pasta alega que há trâmites demorados porque os futuros secretários estão em embaixadas. Na Ciência e Tecnologia, as quatro secretarias também estão vagas
No Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva só nomeou até agora o gestor de uma das seis secretarias, a que é responsável pelos povos e comunidades tradicionais. Os órgãos que cuidam da Biodiversidade, da Mudança do Clima, do Desmatamento e da Bioeconomia estão “em processo de nomeação”. A secretaria do Meio Ambiente Urbano segue acéfala e o Serviço Florestal Brasileiro, o Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro são tocados por substitutos.