terça-feira 4 de fevereiro de 2025
O presidente Lula da Silva — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Home / DESTAQUE / Um grande nó para Lula desatar na reforma ministerial
terça-feira 4 de fevereiro de 2025 às 07:36h

Um grande nó para Lula desatar na reforma ministerial

DESTAQUE, NOTÍCIAS, POLÍTICA


O destino político do atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, se tornou um dos maiores nós da reforma ministerial planejada pelo presidente Lula da Silva (PT).

Um dos auxiliares de Lula na lista de cogitações para trocar de pasta no redesenho da administração lulista, Padilha é segundo o blog da Malu Gaspar, alvo de queixas no Congresso e no próprio governo em razão das dificuldades enfrentadas pelo presidente na aprovação de matérias de interesse do Palácio do Planalto desde o início do governo.

Mas Lula não pretende abrir mão dele na Esplanada, e por isso vem considerando colocá-lo ou na Saúde no lugar de Nísia Trindade, cujo desempenho é ainda mais atacado, até mesmo no PT. Além de ser médico formado pela Unicamp, Padilha também já foi Ministério da Saúde na gestão de Dilma Rousseff, de 2011 a 2014.

Mas, pela regra eleitoral, o ministro teria de se desincompatibilizar do cargo de ministro – seja qual pasta estiver ocupando – em abril do ano que vem, para disputar as próximas eleições. Ele deve tentar se reeleger para mais um mandato na Câmara dos Deputados em 2026.

“Um ano de gestão é um tempo muito pequeno para alguém deixar um legado numa área tão estratégica para o governo, como é a Saúde”, resume um interlocutor próximo de Lula. E além disso, deixaria a pasta à mercê da cobiça do Centrão às vésperas da campanha eleitoral.

A Saúde possui um dos maiores orçamentos de toda a Esplanada – o deste ano é de R$ 241,61 bilhões – e também é uma das áreas nevrálgicas na execução de emendas parlamentares.

É por isso que alguns petistas avaliam reservadamente que uma solução mais adequada seria deixar a Saúde com um quadro mais técnico ligado ao PT, o do médico Arthur Chioro, que ficasse até o final do mandato.

Nesse caso, a alternativa seria deslocar Padilha para um ministério de perfil de menos execução orçamentária e mais diálogo com a sociedade, como a Secretaria-Geral da Presidência.

A pasta é a responsável pela interlocução do Planalto com movimentos sociais, mais voltada para a construção de rede de apoio à reeleição de Lula do que para entregas e a oferta de serviços públicos à população.

Também seria uma forma de o ministro intensificar a ponte com entidades da sociedade civil e sindicatos, o que lhe serviria por tabela para angariar apoios em sua a campanha de reeleição à Câmara.

Na nova montagem ministerial que se desenha, o atual chefe da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, é considerado carta fora do baralho no PT – e já levou puxão de orelha do próprio Lula no ano passado, durante um esvaziado ato de comemoração ao Dia do Trabalho em São Paulo.

Hoje, no entanto, quem é mais cotado para substituí-lo é a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, outra peça importante do tabuleiro político petista. Ela também tem sido considerada para o Ministério do Desenvolvimento Social, que cuida de uma das vitrines da administração lulista, o Bolsa Família.

Após participar de cerimônia do Congresso que marcou o início do calendário legislativo, Padilha foi abordado pessoalmente pelo blog e questionado se preferia voltar para a Saúde ou ocupar outro cargo no primeiro escalão

“Tudo é bom. O ruim é ser oposição”, respondeu o ministro. No caso do governo Lula, não é exagero dizer que parte da oposição tá dentro do próprio governo.

Veja também

Em acordo sem precedentes, El Salvador vai receber presos dos EUA e de outras nacionalidades, diz Marco Rubio

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, garantiu nesta última segunda-feira (3) que o …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!