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quarta-feira 28 de setembro de 2022 às 17:12h

UE suspeita de sabotagem em gasodutos e Noruega reforça a vigilância

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A União Europeia (UE) expressou nesta quarta-feira (28) sua convicção de que os vazamentos em dois gasodutos submarinos entre Rússia e Alemanha pareciam ser um ato deliberado e, portanto, a Noruega decidiu aumentar a segurança em suas instalações logísticas.

Três vazamentos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 elevaram os preços do gás, exacerbando a crise energética na Europa em um momento em que toda a região está prestes a entrar no inverno boreal.

O gás que escapa por esses três vazamentos pode ser observado borbulhando na superfície do Mar Báltico, próximo às costas da Dinamarca e da Suécia, e deve continuar assim por uma semana, até que o conteúdo das tubulações afetadas se esgote.

Em nota, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, afirmou que os vazamentos de gás “não são uma coincidência”.

“Toda a informação disponível indica que esses vazamentos são resultado de um ato deliberado”, afirmou.

Borrell alertou que “qualquer interrupção deliberada da infraestrutura energética europeia é totalmente inaceitável e enfrentará uma resposta sólida e unida”.

O governo russo respondeu nesta quarta-feira que a suspeita de um ato deliberado era “previsível”, mas não por isso deixava de ser um passo “estúpido”.

“Era bastante previsível” que alguns culpassem a Rússia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa. “Previsível, estúpido e absurdo”, acrescentou.

Peskov observou que os vazamentos dos oleodutos Nord Stream 1 e 2 são “problemáticos” para a Rússia porque o vazamento de gás “custa muito dinheiro”.

Por sua vez, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, declarou que o “presidente americano é obrigado a responder” se os Estados Unidos está por trás dos vazamentos.

Em fevereiro, o presidente Joe Biden disse que “se a Rússia invadir (a Ucrânia), então não haverá mais Nord Stream 2”.

“Biden deve ser responsável por sua palavras”, disse Zakharova, e “a Europa deve saber a verdade”.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, tuitou nesta quarta-feira que seriam atos de sabotagem com a intenção de “desestabilizar ainda mais o fornecimento de energia para a UE”.

Noruega reforça vigilância

Nenhum dos gasodutos Nord Stream está atualmente operacional, mas eles estavam cheios de gás quando atingidos pelo que os sismólogos suecos chamaram de “vazamentos maciços de energia”.

Um dos sismólogos disse à AFP que “não há muito mais do que uma explosão que pode causá-los”.

O ministro da Defesa dinamarquês, Morten Bodskov, declarou à imprensa em Bruxelas que “pode levar facilmente uma ou duas semanas para a área se acalmar o suficiente” para uma inspeção verificar a causa dos vazamentos.

A Dinamarca enviou dois navios militares para o local.

A Noruega, que já ultrapassou a Rússia como o maior fornecedor de gás para a Europa, anunciou que reforçará a segurança em torno de suas instalações de petróleo e gás.

“O governo decidiu implementar medidas para aumentar a segurança em locais de infraestrutura, terminais terrestres e instalações na plataforma continental”, disse o ministro da Energia da Noruega, Terje Aasland.

A Autoridade Norueguesa de Segurança do Petróleo pediu no início desta semana “aumento da vigilância de todos os operadores e companhias de navegação na plataforma continental”.

Construído paralelamente ao gasoduto Nord Stream 1, o gasoduto Nord Stream 2 pretendia dobrar a capacidade de importação de gás russo para a Alemanha, embora o governo alemão tenha bloqueado essa iniciativa nos dias anteriores à guerra na Ucrânia.

Suécia e Polônia concordam que a sabotagem é a causa mais provável dos vazamentos no gasoduto Nord Stream, a ponto de autoridades polonesas sugerirem que a Rússia provavelmente foi a culpada com a intenção de intensificar a guerra na Ucrânia.

Os Estados Unidos, por sua vez, anunciaram que estavam investigando os vazamentos de gás. Washington prometeu ajudar seus aliados europeus na segurança energética e já está enviando gás natural liquefeito excedente para a UE.

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