Ucrânia e Rússia estavam se preparando nesta segunda-feira (28) conforme Reuters, para as primeiras negociações de paz cara a cara em mais de duas semanas, com Kiev insistindo que não fará concessões sobre a integridade territorial da Ucrânia, conforme o curso no campo de batalha muda a seu favor.
Autoridades ucranianas minimizaram as chances de um grande avanço nas negociações, que serão realizadas em Istambul depois que o presidente turco, Tayyip Erdogan, falou com o líder russo, Vladimir Putin, no domingo.
Mas o fato de a conversa ocorrer pessoalmente pela primeira vez desde uma reunião amarga entre ministros das Relações Exteriores em 10 de março é um sinal de mudanças nos bastidores, à medida que a invasão da Rússia enfrenta dificuldades.
Uma autoridade turca de alto escalão disse que as negociações de Istambul começariam nesta segunda-feira, mas o Kremlin afirmou mais tarde que não devem começar até terça-feira, acrescentando que é importante que elas ocorram pessoalmente, apesar do escasso progresso até agora.
Mykhailo Podolyak, chefe da delegação ucraniana, disse à Reuters que o horário de início depende de quando as delegações chegarem lá.
Autoridades ucranianas têm sugerido repetidamente nas últimas semanas que acreditam que a Rússia poderia estar mais disposta a se comprometer, já que qualquer esperança que Moscou possa ter de impor um novo governo a Kiev desapareceu diante da forte resistência ucraniana e das pesadas perdas russas.
Quando os lados se encontraram pessoalmente pela última vez, a Ucrânia acusou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, de ignorar seus apelos para discutir um cessar-fogo, enquanto Lavrov disse que a interrupção dos combates nem estava na agenda.
Desde então, eles têm feito reuniões via link de vídeo, em vez de cara a cara. Ambos os lados discutiram publicamente o progresso em uma fórmula diplomática sob a qual a Ucrânia pode aceitar algum tipo de status formal neutro. Mas nenhum deles cedeu às demandas territoriais da Rússia, incluindo a Crimeia, que Moscou apreendeu e anexou em 2014, e territórios orientais conhecidos como Donbass, que Moscou exige que Kiev ceda aos separatistas.