“Curtir” era uma das métricas mais valiosas para os usuários do Twitter e Instagram. O recurso permitia que os internautas soubessem se suas postagens são apreciadas pelo público e também ajudar os serviços de mídia social a decidirem melhor qual conteúdo exibir primeiro ou quais anúncios devem receber mais cliques.
Para muitos, a ferramenta também transformou as mídias sociais em um concurso de popularidade, tirando o foco de postagens e conversas de qualidade. O “curtir” tem mostrado que aguça o sistema de recompensa do cérebro da mesma forma que ganhar dinheiro ou comer chocolate, de acordo com estudo de 2016 do Ahmanson-Lovelace Brain Mapping Center da Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles.
Em uma época em que as empresas de tecnologia estão sendo analisadas e forçadas a reavaliar algumas de suas principais características, o Twitter e o Instagram mostraram que estão prontos para considerar um mundo sem o “curtir”.
Recompensas poderosas
“Curtidas” são pequenas recompensas poderosas. No estudo da UCLA, os pesquisadores pediram a 32 adolescentes que postassem fotos. Depois, as imagens foram exibidas em uma tela por 12 minutos, junto com um número falso de “curtidas”.
Quando os jovens viram que suas fotos tinham um grande número de “curtidas”, os pesquisadores detectaram atividade em várias regiões do cérebro, incluindo o circuito de recompensas. Quando os adolescentes foram convidados a escolher fotos para “curtir”, os pesquisadores também concluíram que eles foram influenciados pelo número de “curtidas” que as imagens já tinham.
Embora a discussão em torno do valor de um botão “curtir” seja válida, Jeremy Littau, professor de jornalismo e comunicação na Universidade Lehigh, na Pensilvânia (EUA), argumenta que a propriedade viciante das “curtidas” é causada, na realidade, pelas notificações. “Toda vez que alguém comenta, publica e reage você é atraído para o site”, diz.