O exército turco lançou neste último sábado (19) vários bombardeios no norte da Síria, que deixaram ao menos 12 soldados mortos, tanto entre as forças curdas, quanto de membros dos movimentos favoráveis ao regime, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Os ataques ocorreram dias depois de a Turquia responsabilizar o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) pelo atentado, que deixou seis mortos em Istambul no domingo passado.
“Chegou a hora do acerto das contas. Os bastardos terão que acertar as contas por seus ataques traiçoeiros”, tuitou na madrugada de domingo (noite de sábado no Brasil) o Ministério da Defesa turco, junto da imagem de um avião mobilizado em uma operação noturna.
“Os ninhos de terror são arrasados por ataques de precisão”, acrescentou em outra mensagem no Twitter, junto com um vídeo mostrando a fixação da mira em um alvo, que explode pouco depois.
“Kobane, a cidade que derrotou o Estado Islâmico, está sendo bombardeada pela força aérea de ocupação turca”, advertiu Farhad Shami, porta-voz das Forças Democráticas Sírias (FDS), aliadas do PKK na Síria.
Segundo o OSDH, os bombardeios turcos tiveram como alvo posições das FDS nas províncias de Aleppo (norte), onde fica Kobane, e de Hasaka (nordeste), informou à AFP seu diretor, Rami Abdel Rahman.
A Turquia considera as Unidades de Proteção Popular (YPG) – o principal componente das FDS – uma extensão do proscrito PKK.
Tanto o PKK quanto as YPG desmentiram envolvimento no atentado de Istambul.
O exército turco também bombardeou posições das forças do regime sírio de Bashar al Assad em Raqqa e Hasaka, acrescentou.
No total, os bombardeios mataram seis membros das FDS curdas e seis soldados do regime, segundo o OSDH.
O ministro turco do Interior, Suleyman Soylu, acusou diretamente as YPG de serem responsáveis pelo ataque e disse que “a ordem do atentado foi dada de Kobane”.
Esta cidade síria de maioria curda, localizada perto da fronteira turca, foi ocupada pelo grupo extremista Estado Islâmico no fim de 2014. Os combatentes curdos expulsaram o grupo no início do ano seguinte.
O Departamento de Estado americano expressou na sexta-feira o temor de “uma eventual ação militar da Turquia” e desaconselhou seus cidadãos a viajar ao norte da Síria e ao Iraque.