As manobras de uma amplitude inédita são uma resposta à visita a Taipé, no início desta semana, da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, considerada pelas autoridades chinesas como uma grave provocação e uma negação dos compromissos de Washington.
Destino popular com seu mar resplandecente e seus recifes, a ilha de Pingtan, na província costeira chinesa de Fujian (leste), atrai a cada verão milhares de visitantes com suas pequenas casas de pedra e sua vegetação selvagem.
Mas o local é estratégico principalmente por outro motivo. É o ponto da China continental que está mais perto de Taiwan, a apenas cerca de 125 quilômetros de distância.
Nesta quinta-feira à tarde, apesar dos 38ºC, muitos turistas correram para a ponta leste de Pingtan, perto das rochas.
Em meio a selfies e fotos de recordação, o ambiente é jovial com muitas famílias presentes no momento em que ressoam várias detonações.
– Não temos medo… só um pouco –
Os projéteis sobem para o céu, seguidos por linhas brancas longas e finas. Imediatamente, gera surpresa geral e muitos “oh!” são ouvidos.
Apesar do sol escaldante, as câmeras se voltam para o céu azul quando outra explosão é ouvida. Os disparos duram cerca de um minuto. Eles parecem vir de instalações militares localizadas a poucos quilômetros de distância, ao longo da costa e atrás de uma colina rochosa que bloqueia a vista.
“Tudo isso é um pouco perturbador. Vamos embora”, afirma uma mulher de férias com as amigas.
Preocupados, outros turistas também levantam acampamento.
Outro grupo chega em seguida. “De repente ouvimos um barulho muito alto. Ficamos surpresos na hora!”, explica à AFP um estudante que veio com amigos e que se apresenta sob o nome de “Jack”.
“Se tivemos medo? Claro que não. Só um pouco!”, confessa o jovem sorridente.
As manobras militares chinesas, que ocorrem em seis áreas marítimas ao redor de Taiwan, começaram nesta quinta-feira ao meio-dia (1h00 de Brasília) e continuarão até domingo ao meio-dia (1h00 no horário de Brasília).