Deputados do PSDB que apoiam a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados realizarão um jantar com o candidato neste domingo (31) à noite. A estimativa deles é que o líder do Progressistas possa receber o apoio de até 16 dos 32 tucanos e que o jantar servirá como uma forma de consolidar esses votos.
Oficialmente, o PSDB está aliado ao deputado Baleia Rossi (MDB-SP) numa candidatura que prega a independência em relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Mas um grupo da sigla, liderado pelo deputado Celso Sabino (PSDB-PA), faz campanha ou apoia veladamente o candidato do governo por causa da promessa de liberação de emendas orçamentárias e cargos.
Segundo um deputado do grupo pró-Lira, devem comparecer ao jantar de 14 a 16 parlamentares do PSDB. O encontro deve ocorrer na residência de Sabino, que é um dos coordenadores da campanha do candidato do Progressistas e que já organizou outras reuniões dele em Brasília.
Um tucano pró-Baleia e ligado à cúpula nacional do PSDB diz que a direção tem atuado para tentar diminuir as dissidências internas e que a perspectiva mais “otimista” é de que 10 dos 32 votos do partido devem ir para Lira. No pior cenário, até 15 tucanos votariam no candidato do governo federal.
A explicação dos que se aliaram a Bolsonaro é que a maioria deles deve trocar de sigla em abril do ano que vem, para disputar a reeleição, por estarem insatisfeitos com a distribuição do fundo eleitoral de 2018. Cada deputado do PSDB pôde destinar R$ 1,3 milhão para vereadores e prefeitos, porque o PSDB privilegiou campanhas como a do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, enquanto partidos como Progressistas e PL deram R$ 2,5 milhão para cada parlamentar.
O argumento dos deputados do PSDB pró-Lira para convencer os colegas é de que o governo federal é muito mais decisivo para esse grupo no momento, pela execução de obras em suas bases eleitorais, do que a cúpula do partido, e por isso a decisão de votar em Lira para a presidência da Câmara.