O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump entrou com um processo contra a jornalista e escritora E. Jean Carroll por difamação, alegando que ela o acusou falsamente de estupro. Em maio, o político republicano foi condenado por abuso sexual e difamação contra a vítima. O bilionário, no entanto, escapou da denúncia de estupro.
O novo processo de Trump contra Carroll, enviado ao tribunal federal de Manhattan nesta última terça-feira (27), cita as declarações da escritora à CNN, após o veredito judicial. Na ocasião, a jornalista foi questionada sobre o que passou na mente dela quando o júri afirmou não encontrar provas suficientes para afirmar que Trump cometeu estupro.
Ela respondeu: “Na minha cabeça, eu estava: ‘Ele estuprou, ele estuprou, ele estuprou’”.
No Código Penal de Nova York, as duas acusações são diferentes. Alguns estados norte-americanos consideram o abuso sexual como contato físico com as partes íntimas, sem consentimento – em comparação com o Brasil, a título de compreensão, pode ser algo comparado ao crime de importunação sexual. Já o estupro engloba necessariamente uma relação sexual forçada.
No documento enviado à Justiça, o republicano requer uma retratação da vítima, além de indenizações compensatórias e punitivas não especificadas, por ela ter falado sobre o crime de estupro, apesar de ele não ter sido sentenciado como tal.
A nova judicialização do tema sinaliza que o embate está longe de acabar, após trocas de acusações mútuas. O ex-presidente anunciou a pré-candidatura à Casa Branca nas eleições dos EUA em 2024.