sexta-feira 22 de novembro de 2024
Afirmou Waldemar Sandes, presidente da ABTI, ao ocupar a Tribuna Popular da Câmara - Foto: Antonio Queirós
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terça-feira 20 de agosto de 2024 às 06:52h

‘Trios elétricos independentes estão morrendo’, diz presidente da Associação Baiana de Trios Independentes

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“Os trios independentes estão morrendo”, afirmou o presidente da Associação Baiana de Trios Independentes (ABTI), Waldemar Sandes, em pronunciamento na Tribuna Popular da Câmara Municipal de Salvador, na tarde desta última segunda-feira (19). Os trabalhos legislativos foram conduzidos pelo 1º secretário da Mesa Diretora da Casa.

Conforme Sandes, os cachês pagos aos trios pelo órgão que faz a licitação não são suficientes para manter vivos esses equipamentos que fazem a alegria do Carnaval de Salvador. Ele defendeu uma licitação coerente na contratação dos trios independentes para o Carnaval de Salvador. “Há mais de 30 anos esses trios fazem o nosso Carnaval acontecer”, frisou Sandes.

Conforme o presidente da ABTI, o custo de um trio é de aproximadamente R$ 6 milhões. Ele frisou que o valor que é pago, conforme o processo licitatório, inviabiliza a manutenção do trio, o caminhão da alegria, que é considerado um patrimônio nacional. Segundo Sandes, o processo licitatório da Saltur possibilita que um concorrente da China participe do processo, mesmo sem condições para garantir a qualidade da festa.

Sandes encerrou a sua fala na Tribuna Popular pedindo a ajuda da Câmara no sentido de buscar uma solução para o problema, uma vez que a Casa tem um assento no Conselho Municipal do Carnaval, ajudando a preservar a história e a sobrevivência dos trios independentes.

Comentários

Os parlamentares que comentaram a Tribuna Popular reconheceram a importância dos trios independentes para a cultura e o Carnaval de Salvador. “Vamos salvar os trios elétricos”, disse um dos oradores. Outro parlamentar sugeriu a realização de uma audiência pública da Comissão do Carnaval da Câmara para tratar do tema.

A Ouvidoria também se colocou à disposição da ABTI no sentido de encontrar uma solução para o problema apresentado por Sandes. O representante do órgão da Câmara frisou que “o trio elétrico é patrimônio cultural do Brasil”. Outro vereador apontou para a relevância do tema e propôs a ampliação do debate junto a órgãos de outra esfera, não apenas a municipal.

Waldemar Sandes tem uma trajetória de vida imbricada com o Carnaval, notadamente com a evolução do trio elétrico. Autodidata, ajudou no aprimoramento desse veículo da alegria, além de ter contribuído para o surgimento de artistas consagrados da Axé Music, como Luiz Caldas. Sua digital está impressa na história do Trio Tapajós, de Orlando Campos, um dos principais trios independentes da Bahia.

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