O Tribunal do Cade aprovou nesta quarta-feira por unanimidade a compra dos ativos brasileiros da maior cimenteira do mundo, LafargeHolcim, pela CSN, sem restrições.
Além de diversificar o grupo para o Centro-Oeste, o negócio transforma a CSN em uma das maiores produtoras de cimento no país, com capacidade de mais de 16 milhões de toneladas por ano e rivalizando com os grupos Votorantim e InterCement.
Apesar de citarem concentrações significativas em algumas regiões do país, os conselheiros do órgão de defesa da concorrência afirmaram que elas por si só não impedem que a operação seja aprovada.
“Há rivalidade suficiente para não nos preocuparmos com a competição, apesar das concentrações serem significativas”, afirmou o relator do caso, Luis Henrique Bertolino Braido, durante leitura de seu voto.
A venda incluiu cinco fábricas integradas de cimento da Holcim, quatro moagens, seis sites de agregados e 19 instalações de produção de concreto que estão espalhadas por Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.
“A operação vem após o cartel de cimentos, que é algo que preocupa a todos. É um mercado concentrado…Mas a CSN não foi condenada no cartel de cimentos…Não há qualquer evidência”, ponderou Braido.
O conselheiro Gustavo Augusto, por sua vez, afirmou que a maior prova de que há uma rivalidade no mercado é o fato de que “o sétimo grupo (CSN) está comprando o terceiro (LafargeHolcim)”.
“O remédio de desinvestimento, nesse caso, iria em sentido contrario à competição”, acrescentou Augusto.
O negócio foi acertado em setembro do ano passado, por 1,025 bilhão de dólares, e adiciona capacidade de 10,3 milhões de toneladas por ano à produção de cimento da CSN. No ano passado, o grupo siderúrgico já havia adquirido a Elizabeth Cimentos, agregando mais 1,3 milhão de toneladas anuais em capacidade.
Em abril, a Superintendência-Geral do Cade recomendou a aprovação, sem restrições.