O Órgão Especial do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES) julgará, na próxima quinta-feira (17), se o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal da Criminal do Rio de Janeiro, praticou atos de caráter político-partidário, de superexposição ou de autopromoção ao participar de eventos ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do prefeito Marcelo Crivella. O processo corre em segredo de justiça.
Após pedido do Conselho Federal da OAB, o então corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou em fevereiro que a Corregedoria Regional da 2ª Região apurasse as acusações.
Em 15 de fevereiro, Bretas participou, ao lado de Bolsonaro e Crivella, da inauguração da ligação da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha e de um evento religioso na Praia de Botafogo. No Twitter, ele negou que tivesse violado regras da magistratura. “Em nenhum momento cogitou-se tratar de eventos político-partidários, mas apenas de solenidades de caráter técnico/institucional (obra) e religioso (Culto)”.
“Vale notar que a participação de autoridades do Poder Judiciário em eventos de igual natureza dos demais Poderes da República é muito comum, e expressa a harmonia entre esses Poderes de Estado, sem prejuízo da independência recíproca”, complementou.
Política e Judiciário
No maior ataque já promovido contra a advocacia, Bretas expediu 50 mandados de busca e apreensão em escritórios e endereços residenciais de advogados e empresas, que foram cumpridos na quarta-feira (9).
A exposição de Bretas em eventos políticos foi lembrada por um dos alvos da operação, Cristiano Zanin, que afirmou em nota que o juiz é “notoriamente vinculado ao presidente Jair Bolsonaro”.