Uma análise de alterações incomuns no esqueleto facial de uma múmia egípcia de 2 mil anos indicou conforme a revista Gallileu, que ela poderia ter sofrido de câncer nasofaríngeo. A descoberta é do Projeto Múmias de Varsóvia e do Departamento de Oncologia da Universidade Médica de Varsóvia, ambos na Polônia.
Levada para o país europeu entre 1826 e 1827, a múmia pertence à Universidade de Varsóvia e é emprestada ao Museu Nacional de Varsóvia. Ela é exibida junto com o sarcófago na exposição permanente da Galeria de Arte Antiga.
Mesmo há tanto tempo sob os cuidados da universidade, foi apenas em um estudo recente que os pesquisadores determinaram que a múmia era de uma mulher. Em 2021, a equipe relatou que ela estava grávida quando foi mumificada. Agora, a pesquisa está focada em compreender os defeitos faciais extensos encontrados nela.
“As opiniões dos radiologistas com base na tomografia computadorizada indicam a possibilidade de alterações tumorais nos ossos”, disse o professor Rafał Stec, do Departamento de Oncologia da Universidade Médica de Varsóvia, em comunicado. Ele acrescenta ainda que a pouca idade da mulher e falta de outra razão para a morte indicam uma “causa oncológica” com alta probabilidade.
Os cientistas agora planejam coletar amostras de tecido e realizar um exame histopatológico, que é uma análise microscópica dos tecidos para a detecção de possíveis lesões existentes. Depois, a ideia é compará-las com amostras de câncer de outras múmias egípcias armazenadas em bancos de tecidos nos EUA e no Reino Unido.
Para os autores, esse estudo pode contribuir com o desenvolvimento da medicina moderna, revelando a assinatura molecular do câncer. Também é esperado que a descoberta amplie o conhecimento da evolução da doença e possa indicar novas direções de pesquisa tanto no diagnóstico quanto no tratamento de tumores malignos.