A categoria petroleira realiza um ato contra a venda da refinaria Landulpho Alves (Rlam) nesta terça-feira (30), a partir das 7h, em frente à unidade localizada no município de São Francisco do Conde. A manifestação também tem o objetivo de denunciar os prejuízos causados pelos reajustes periódicos dos preços dos combustíveis no Brasil.
Segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-BA), Radiovaldo Costa, o protesto é de caráter nacional, já que mais sete refinarias da Petrobras serão vendidas no país. Entre elas estão a de Pernambuco, Paraná (duas unidades), Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amazonas e Ceará (veja aqui).
Para Costa, a medida é mais uma etapa para a privatização da Petrobras e um ataque à soberania nacional e a autonomia do país em relação ao processamento de derivados do petróleo. “Essa é uma medida que vai impactar os locais de atuação das refinarias principalmente do ponto de vista da geração de empregos. No caso da Bahia, além do próprio estado, municípios como São Francisco do Conde, Madre de Deus, Candeias e São Sebastião do Passé serão os mais prejudicados. A Rlam tem aproximadamente 3 mil trabalhadores entre contratados e terceirizados. A gente avalia que com esse processo de privatização isso deve ser reduzido em pelo menos 40%”, constata.
Além da redução de empregos, o diretor considera que a venda das refinarias é perigosa por “colocar um setor estratégico da economia do país nas mãos de empresas estrangeiras”. Costa afirma que a venda só beneficiará os grandes investidores, que têm interesse em comprar as refinarias para manter, e até mesmo ampliar, o nível de lucratividade, em “detrimento da sociedade brasileira”.
Ainda de acordo com o diretor do Sindipetro, a decisão da estatal demonstra o “descompromisso com várias regiões do país”, já que a Petrobras pretende manter apenas as refinarias do Rio de Janeiro e São Paulo.