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sexta-feira 4 de novembro de 2022 às 06:25h

Todos os homens do (novo) presidente

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Para se sagrar vencedor na corrida eleitoral, Lula precisou formar uma frente ampla. Para viabilizar seu governo, precisará manter essa pluralidade. Sob comando de Geraldo Alckmin, a equipe de transição definirá as posições do time de craques da economia cotados para entrar em campo. As informações são de Paula Cristina, Jaqueline Mendes e Fagundes Schandert, da revista IstoÉ.

Só há uma coisa mais poderosa que um dragão. Um matador de dragões. Ao longo de quatro anos o presidente Jair Bolsonaro tumultuou, pressionou, dividiu e incitou o caos institucional no Brasil para ser a força dominante no dia a dia do brasileiro. O resultado disso foi uma campanha eleitoral recheada de desinformação, destempero e despreparo, mas que foi decidida nas urnas e resultou na vitória do ex-presidente (agora eleito pela terceira vez) Luiz Inácio Lula da Silva. Antes mesmo de reassumir o posto que deixou em 2010, Lula desponta como capaz de curar as feridas democráticas e recolocar o Brasil na rota do crescimento econômico. Para isso terá de escalar um time de craques, que entre em campo com todas as credenciais para vencer, além do dragão do bolsonarismo que ainda resiste, os desafios que impedem o País de ser próspero e com justiça social.

A vitória de Lula foi ao mesmo tempo amplamente comemorada e obstinadamente colocada em dúvida. Ele sabia disso. Tanto que antes do início oficial da campanha desenhou uma estratégia. Líderes do partido com bom trânsito no Legislativo e no Judiciário conversaram com a cúpula dos outros Poderes negociando que o reconhecimento do resultado eleitoral fosse feito de modo célere, para legitimar a vitória e impedir qualquer contestação. Na diplomacia, Lula entrou em contato com ex-embaixadores e ex-diplomatas para articular apoio imediato de líderes internacionais, em especial a dos parceiros comerciais — o que ocorreu logo após a contagem de votos. Exemplo disso foi o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apenas 40 minutos após a confirmação da vitória de Lula. Bolsonaro esperou 40 dias para reconehcer que Biden havia sido eleito. O alto comando do generalato brasileiro (pelo menos o que se considera de Estado, e não de governo) também foi instado e a resposta foi a melhor possível: não vamos interferir. Por fim, ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin coube a função de se aproximar do empresariado e angariar nomes que estariam dispostos a ajudar o governo nesse projeto de reconstrução.

Menos de duas horas após a oficialização do resultado, Lula foi a um hotel no centro de São Paulo fazer seu discurso. Não de vitória, como é a praxe, mas de posse. A morte do dragão havia sido sacramentada. Um político próximo ao presidente eleito contou como foram essas horas. “Havia uma certeza: Bolsonaro não aceitaria o resultado. Iria repetir o que Trump fez. Por isso tínhamos que garantir que ele estivesse isolado.” Quando se trata de neutralizar o dragão, é preciso lembrar que ele só existe na figura de um mito.

No caminho de quem luta para que o Brasil deixe as sombras do mito da caverna orquestrado pelo governo anterior estão alguns nomes de consenso do mercad. Economistas, gestores e políticos mais conectados com as práticas econômicas que têm dado certo mundo afora. São pessoas como reconhecidas por seus currículos: Armínio Fraga, Henrique Meirelles, Jean Paul Prates, Pérsio Arida, Bernard Appy, além de políticos experientes como Geraldo Alckmin, Rui Costa, Wellington Dias e Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo derrotado na eleição para governador. Todos capazes de manter pacto anunciado por Lula em seu primeiro discurso após a eleição: “Manter o diálogo, conversar com o divergente e encontrar as melhores práticas para que o Brasil cresça, a desigualdade diminua e as pessoas voltem a ter esperança”.

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