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sexta-feira 9 de abril de 2021 às 15:08h

‘Todo mundo tem um pouco de erro e um pouco de razão’, diz Guedes, sobre Orçamento

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Depois de o relator do Orçamento, senador Marcio Bittar (MDB-AC) ter dito que combinou o aumento das emendas parlamentares no Orçamento de 2021 com a equipe econômica, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta sexta-feira, 9, que “todo mundo tem um pouco de razão e erro aqui”.

Guedes disse que essa foi a primeira vez que o governo elaborou o Orçamento em conjunto com o Congresso e que os parlamentares de centro-direita têm direito a encaixar suas emendas dentro do Orçamento. “Nunca o Congresso recebeu e carimbou tantos recursos; é assim em outros países do mundo”, afirmou.

Sem apontar os culpados pelo Orçamento fictício, o ministro afirmou que sua função é dizer se os acordos políticos cabem ou não na peça. “Quero preservar a figura do presidente da Câmara que cumpriu sua parte”, disse, sobre o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL).

Ainda segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), assim como o próprio ministro, também têm defendido o cumprimento dos acordos políticos sobre o tema. “Acordos precisam ser cumpridos, o problema é como”.

Bolsonaro tem até o dia 22 para sancionar o Orçamento, mas como mostrou o Estadão, a expectativa é que ele não espere até o fim do prazo e decida ainda nesta sexta-feira. A equipe econômica recomenda que o presidente vete parte do texto, incluindo o volume recorde de emendas parlamentares, dado graças ao corte da expectativa de gastos obrigatórios, com Previdência e seguro-desemprego.

O argumento da equipe econômica é que se sancionar da forma como está, Bolsonaro corre risco de responder por crime de responsabilidade, que pode levar até mesmo a um processo de impeachment, ou ter a contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que pode desencadear na inelegibilidade do presidente, o que o impediria de concorrer à reeleição.

Já o comando do Congresso faz pressão para que o Orçamento seja sancionado sem vetos e que Bolsonaro cumpra os acordos feitos na votação da PEC emergencial, que autorizou uma nova rodada do auxílio.

Guedes disse que sua equipe acompanhou acordos políticos que somavam R$ 8 bilhões e R$ 16 bilhões. “De repente teve acordo que extrapolou”, afirmou. “Todos mundo está junto no erro. Quando somou deu quase o dobro do combinado.”

“Sempre tem ministro mais ousado, tem ministro fura-teto”, disse. “Esquecem de combinar com os outros e a conta não fecha”, acrescentou. Apesar de não ter deixado claro a quem se referia, grande parte das emendas que teriam extrapolado os acordos políticos estariam relacionadas ao Ministério do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, um conhecido desafeto de Guedes.

Guedes deu a entender, inclusive, que o relator, Márcio Bittar (MDB-AC), teria incluído emendas a mais porque teria recebido uma promessa de mais recursos para seu Estado. Em entrevista ao Estadão, Bittar disse que vai guardar ‘sentimentos’ do ministro, de quem ‘tinha admiração’. Ele afirmou que tudo o que foi feito no Orçamento tinha o aval da Economia, e que não é justo levar a culpa pela confusão que se formou.

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