O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em entrevista à imprensa, no último sábado (12), que todos podem ser trocados menos ele, ao ser questionado se pode haver mudança no comando da Petrobras. Atualmente o presidente da Petrobras é o general do Exército Joaquim Silva e Luna.
“Todo mundo tem a possibilidade de ser trocado, todos, exceto o presidente e vice-presidente da República”, disse o presidente. Jornalistas insistiram na pergunta se há estudo para troca de presidência na estatal e Bolsonaro reafirmou a posição. “Ninguém falou em trocar, você perguntou se ele pode ser trocado, qualquer um pode ser trocado menos eu, logicamente, e o vice-presidente da República, que tem mandato”.
Bolsonaro disse também que é acionista majoritário da Petrobras e que faz sugestões diretamente a Silva e Luna quando há necessidade.
“Eu sou o acionista majoritário da Petrobras, então, eu dou meus palpites, minhas sugestões diretamente ao presidente quando se faz necessário, mas isso não é interferência, são sugestões apenas. O Brasil tem que entender que quem decide esses preços não é o presidente da República, é a Petrobras, os seus diretores e o seu conselho”.
Lucro Petrobras
O presidente Bolsonaro declarou ainda que a Petrobras não pode trabalhar visando o lucro, e sim fazer um estudo e propostas sobre o que é necessário para melhorar os preços dos combustíveis. “Agora, não pode a Petrobras trabalhar exclusivamente visando lucro, no mundo em crise e com o preço do combustível bastante alto aqui no Brasil,” afirmou.
Ao ser questionado sobre mudar o preço dos combustíveis “na caneta”, Jair Bolsonaro disse que essa alteração pode interferir no mercado. “Não existe isso, cara. Se você tomar uma medida dessa aí, explode. Quando você fala o preço dos combustíveis está atrelado ao preço do petróleo lá fora e ao dólar aqui dentro. Não adianta você reduzir na canetada, um real, o preço do combustível se o dólar vai para 7 reais”.
Mudança na política de preços da Petrobras também foi abordada na coletiva de imprensa após evento em Brasília de filiação de parlamentares ao Partido Liberal (PL), do qual o presidente da República faz parte. O presidente afirmou que essa medida pode até ser boa, mas não pode decidir sem ouvir pessoas que entendem do assunto.
“Esse atrelamento é bom para o mercado, é bom para os acionistas, mas é péssimo para o consumidor brasileiro, são coisas sensíveis que eu não posso decidir aqui sem ouvir as pessoas adequadas para em responder, me assessorar nesse sentido”, concluiu.