Além dos 27 nomes anunciados oficialmente para a equipe de transição do governo federal, o time do presidente eleito Jair Bolsonaro também vai contar com voluntários que atuarão em diferentes frentes na elaboração do plano econômico a ser aplicado a partir de 2019. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, esses profissionais vão ajudar a elaborar estratégias em áreas como desestatização, impostos e Previdência.
A economista Solange Vieira, funcionária de carreira do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ex-presidente da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), e Pedro Guimarães, executivo do mercado financeiro, estão entre esses voluntários, disseram fontes próximas à equipe de Bolsonaro.
A participação desses executivos durante a transição não garante, contudo, cargo no futuro governo. O Estado de S. Paulo apurou, porém, que é natural que convites a esses profissionais possam ser feitos, até para que eles ajudem a colocar em prática os planos que serão traçados agora. Outro fator que contribuiu para essa possibilidade é o fato de o PSL – que era um partido “nanico” até a eleição – não ter quadros técnicos formados para exercer essas funções.
Nos últimos meses, após a arrancada de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de votos, vários executivos de mercado se colocaram à disposição de Paulo Guedes e do próprio Bolsonaro para colaborarem com ideias liberais do futuro governo.
Embora a equipe de transição ainda tenha cargos remunerados vagos – a previsão inicial era abrir 50 postos de trabalho -, os voluntários não receberão salário. O executivo do Brasil Plural é o primeiro profissional do setor privado convidado por Guedes a entrar para o time que vai ajudar a definir os rumos da economia. Conforme o Estado já noticiou, entre os nomes sondados figuraram Alexandre Bettamio, presidente do Bank of America Merrill Lynch; Roberto Campos Neto, do Santander; e João Cox, presidente do conselho de administração da TIM.
Experiência
A economista Solange Vieira já tinha se aproximado da equipe de Guedes. Solange, que hoje atua na Fapes – fundo de pensão do banco – deve atuar no grupo de trabalho sobre Previdência, pois já foi secretária de Previdência complementar no governo FHC e é conhecida como “mãe” do fator previdenciário.
Guimarães, sócio do banco Brasil Plural, já está em Brasília. Nome próximo do futuro ministro da Economia, aproximou-se também de Bolsonaro em 2016. Ele deve ajudar a definir modelos para o programa de desestatização do próximo governo – que pode angariar até R$ 800 bilhões aos cofres federais, segundo estudo do próprio Brasil Plural. A venda de estatais é uma das apostas de Guedes para equilibrar as contas públicas.
Procurado, Guimarães não respondeu os contatos da reportagem. O Estado procurou o BNDES e a Fapes para falar sobre a participação de Solange na equipe de transição, mas não obteve retorno.