O deputado estadual Tiago Correia (PSDB) defendeu nesta última terça-feira (6) a esposa Ana Coelho (Republicanos) a quem tem sido atribuída, em parte, a derrota do candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil), nas eleições deste ano.
Segundo Rodrigo Daniel Silva , do Tribuna da Bahia, aliados de Neto dizem conforme o jornal, que a empresária não agregou para a chapa oposicionista, e afirma ainda que a escolha dela foi um “desprestígio à classe política”.
Antes de ser postulante a vice-governador nas eleições deste ano, Ana Coelho nunca havia competido por um cargo eletivo. “Algumas pessoas falam que Neto errou, acertou. Se tivesse vencido, (diriam que) acertou, colocou uma mulher, trouxe uma outsider, a presença feminina, trouxe a experiência da administração privada. Agora, diz que perdeu, não tinha voto, não foi candidata a nada, é desconhecida. É difícil avaliar. Acho que Ana somou muito por ser mulher, outsider. (Dizem) que desprestigiou a classe política, mas prestigiou a classe empresarial. Quantos empresários se sentiram representados? Quantas mulheres? Quantos jovens? Ela é uma figura jovem”, disse Tiago Correia, em entrevista à rádio Metrópole.
Para o tucano, ACM Neto teve muitos acertos, mas também cometeu erros que levaram à derrota. Na avaliação dele, o rompimento com o MDB foi um dos equívocos do ex-prefeito de Salvador. “Eu teria feito todo o esforço para manter o MDB dentro da base. Não sei o que foi feito. Não participei das conversas. Eu acho que foi um erro”, frisou. Depois de meses negociando com a base oposicionista, o MDB decidiu romper com o ex-prefeito de Salvador e apoiar a candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo da Bahia.
Tiago Correia atribuiu a derrota de Neto, em parte, à “figura de Lula que é muito forte”. “Neto foi um gigante em conseguir chegar pau a pau com Jerônimo (Rodrigues). Se fizer uma análise, na eleição de 2006, 2010, 2014, 2018, onde houve candidato do PT apoiado por Lula, eles ganharam no primeiro turno. Inclusive aqui na Bahia, com candidatos desconhecidos, como Rui Costa”, pontuou.
O deputado disse que o número 13 do PT é tão forte na Bahia que causou confusão no eleitorado. Segundo ele, “algumas pessoas” até acharam que o número de ACM Neto era 13. “Quando a campanha começa, o bloco vai para rua, a figura de Lula, o número 13, é muito forte. A gente passa a ter uma visão mais real disso quando começa a visitar os interiores, os municípios. Algumas pessoas achavam que o número de Neto era 13”, avaliou.
O tucano afirmou que, até hoje, o adversário de ACM Neto na disputa, Jerônimo Rodrigues, permanece desconhecido do eleitorado baiano. “A gente chega no interior e pergunta: ‘você votou em quem para presidente? ‘Votei em Lula’. Votou em quem para governador? ‘Votei no candidato de Lula’. As pessoas não sabem o nome de Jerônimo”, ponderou. O deputado, entretanto, acredita que o ex-prefeito de Salvador acertou em não ir aos debates eleitorais.
“Eu acho que foi acertado. Eu, como candidato, muito bem nas pesquisas (também não iria)… Isso é uma estratégia política. Eu adotaria a mesma dele. Quando o cara está na frente o risco de errar é muito grande”, ressaltou.