O embate entre Joe Biden e os republicanos na Câmara dos Deputados nos Estados Unidos movimentou o mercado internacional esta semana, diante da possibilidade de acordo para aumento do teto da dívida do país. O líder norte-americano esteve com Kevin McCarthy para definir os termos para a aprovação do aumento do limite dos débitos.
Biden se mostrou “confiante”, na última quarta-feira (17), em que alcançará um acordo para elevar o limite de endividamento e evitar um inédito default sobre a dívida soberana da maior economia do mundo.
Qual o impasse para aprovação do acordo?
- Valor de US$ 4,5 trilhões em programas federais na próxima década.
“Este é o impasse: os republicanos querendo cortar, para que o orçamento americano volte aos níveis de 2022, e os democratas querendo que continue com gastos normais. Existe também dentro desse desse cortes, os republicanos querem que seja eliminados subsídios produção de Energia Limpa, que o governo cancelem um pouco desses benefícios como forma de redução do orçamento de gastos”, define Haroldo Monteiro, professor de Economia do Ibmec RJ.
Os EUA podem dar calote?
Esta semana, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, alertou que um calote dos Estados Unidos sobre a dívida do governo deixará milhões de norte-americanos sem pagamentos, apontando para a possibilidade de recessão no país. Ela também havia declarado que país pode deixar de pagar suas dívidas até 1º de junho.
Para Pedro Raffy Vartanian, professor Doutor do Mestrado Profissional em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie, as possibilidades de um amplo calote são baixas, mas é possível que, se o acordo não for estabelecido, o governo tenha que interromper os pagamentos.
“Isso já ocorreu antes, e alguns serviços não essenciais interromperam temporariamente as suas atividades. Como os funcionários não recebem e as contas não são pagas, essas atividades são interrompidas primeiro. Todos aqueles que em alguma medida dependem dos gastos do governo: funcionários públicos, por exemplo, quem presta obras para o governo tem dinheiro a receber. Todos os que têm créditos a receber do governo serão afetados”, avalia.
O professor reforça que a origem da crise nos Estados Unidos está nos gastos do governo, que aconteceram sobretudo, mas não somente, no cenário de pandemia, além dos gastos que ultrapassaram o limite fiscal.
“O calote, efetivamente é, ainda não está está no preço dos ativos. Os analista ainda acham difícil que não haja um acordo. Lembrando que em 2011 quando teve esse impasse também, o acordo foi assinado horas antes do término do do período máximo que poderia. Então, o mercado, de uma maneira geral, acredita que, tanto republicanos quanto democratas, vão chegar um acordo”, finaliza Monteiro.