Militantes Houthis afundaram um navio comercial grego no Mar Vermelho, informou o grupo rebelde do Iêmen em nota publicada nesta última quarta-feira (19). O bombardeio teria acontecido no último dia 12, informou a United Kingdom Maritime Trade Operations (UKMTO) na terça (18).
O carvoeiro grego Tutor é o segundo navio que os Houthis afundam no Mar Vermelho desde que declararam apoio ao grupo terrorista Hamas na guerra contra Israel, em novembro de 2023. O Rubymar, de propriedade do Reino Unido, foi o primeiro navio afundado pelos rebeldes, em 2 de março.
A embarcação grega foi atingida por mísseis e por um “barco-drone” –carregado de explosivos e controlado remotamente– e começou a afundar, segundo relatos feitos à Reuters por membros da UKMTO e dos Houthis.
Os Houthis atacaram o navio grego porque ele teria violado o bloqueio realizado pelo grupo no Mar Vermelho e entrado no porto de Haifa, em Israel, segundo nota da organização iemenita.
No comunicado, o grupo rebelde ainda reforçou o apoio ao Hamas e pediu para “todas as empresas de navegação levarem nossos avisos a sério, caso contrário, elas serão totalmente responsáveis pela segurança dos navios e tripulações”.
Os Houthis, alinhados ao Irã, têm atacado navios comerciais na região do Mar Vermelho desde novembro, em ataques que dizem ser em solidariedade com os palestinos em Gaza. As agressões vão desde bombardeios a apreensão de navios, em que os rebeldes ateiam fogo nas embarcações e matam marinheiros.
Procurado pela Reuters, o gerente do Tutor não foi localizado para comentar. Um membro da tripulação, que se acredita estar na sala de máquinas do Tutor no momento dos ataques, continua desaparecido.
Forças dos EUA e do Reino Unido realizaram na segunda-feira (17) ataques aéreos visando o Aeroporto Internacional de Hodeidah e a Ilha Kamaran, perto do porto de Salif, no Mar Vermelho, em aparente retaliação pelo ataque ao Tutor na semana passada.
Ataques no Mar Vermelho
Desde novembro, são contabilizados mais de 70 ataques Houthis a navios de diferentes nacionalidades no Mar Vermelho.
Os ataques com drones e mísseis dos Houthis forçaram as empresas de navegação a desviar os navios da rota curta pelo Canal de Suez para a rota mais longa ao redor da África, perturbando o comércio global ao atrasar as entregas e aumentar os custos.
Com os ataques, as viagens de navios porta-contêineres pela rota marítima caíram 78% em maio em comparação com o ano anterior, segundo uma análise da plataforma de logística project44, de forma que as empresas optam por contornar a África, aumentando os custos e prolongando as viagens.