O presidente Jair Bolsonaro exonerou na manhã desta sexta-feira (29) os ministros Onyx Lorenzoni, da Cidadania, e Tereza Cristina, da Agricultura. Deputados federais eleitos pelo DEM, os dois poderão votar na eleição para presidente da Câmara dos Deputados, marcada para a próxima segunda-feira (1). As exonerações foram publicadas na edição de hoje do Diário Oficial da União.
O Governo Federal trabalha pela eleição de Arthur Lira (PP-AL), que tem como maior adversário Baleia Rossi (MDB-SP). Partido de Tereza Cristina e Onyx Lorenzoni, o DEM está rachado, apesar do apoio oficial ao emedebista. Os ministros substituirão parlamentares do PSL (que já apoia Lira) e do PSDB, ainda indeciso.
Em 2019, Onyx também foi afastado temporariamente para tomar posse e votar nas eleições da Câmara e, dias depois, para desarquivar projetos. A expectativa é que tanto o ministro da Cidadania como Tereza Cristina retomem o comando dos ministérios após a eleição da Câmara.
Nesta semana, Bolsonaro afirmou publicamente que pretendia “influir” na eleição na Câmara, após se reunir com deputados do PSL para pedir votos para a candidatura de Lira.
“Vamos, se Deus quiser, participar e influir na presidência da Câmara com esses parlamentares (do PSL)”, disse o presidente.
Ontem, o chefe do Executivo federal encerrou um discurso em Alagoas declarando abertamente a sua torcida pela vitória de Arthur Lira.
“Amigos de Alagoas, se Deus quiser, segunda-feira [1º] teremos o segundo homem na linha hierárquica do Brasil eleito aqui no Nordeste pela Câmara dos Deputados. O deputado Arthur Lira. Se Deus quiser, o nosso presidente”, disse.
O triunfo de Lira pode simbolizar uma vitória importante para o governo. Bolsonaro já declarou que conta com o deputado para conseguir pautar no Congresso temas e projetos de interesse do Executivo, em especial as que possuem viés ideológico, como a liberação de armas no Brasil.