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quinta-feira 23 de março de 2023 às 16:19h

Terceiro setor responde por 4,27% do PIB e quase 6% dos empregos do Brasil

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O terceiro setor – formado por fundações filantrópicas e organizações sociais sem fins lucrativos – responde por 4,27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por 5,88% dos postos de trabalho remunerados no país, diretos e indiretos. Estes dados fazem parte da primeira pesquisa que analisa a importância econômica do terceiro setor no país, feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido do Movimento por uma Cultura de Doação e coordenada pela Sitawi Finanças do Bem e publicado por Marília de Camargo Cesar, do jornal Valor.

O trabalho, intitulado “A importância do terceiro setor para o PIB no Brasil”, faz uma radiografia dessa cadeia produtiva e as interrelações com outros setores produtivos. “Esse estudo traz informações valiosas para todos aqueles que atuam e apoiam o terceiro setor, além de informações relevantes para gestores públicos e privados”, afirma Eduardo Haddad, coordenador do estudo pela Fipe. O levantamento teve apoio financeiro do Movimento Bem Maior, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, do Instituto ACP e do Instituto Phi.

A pesquisa avaliou o impacto em quatro áreas: educação, saúde, atividades artísticas e outras organizações associativas (que desenvolvem atividades como geração de renda, direitos humanos, meio ambiente, segurança alimentar, assistência à infância, proteção aos animais, sindicatos, associações religiosas e partidos políticos). Entre estas, as que geram mais empregos são as de outras organizações associativas (2,81%), saúde (1,81%), educação (0,85%) e atividades artísticas (0,45%). “Esse número de ocupações geradas pelo terceiro setor, de 5,88%, se aproxima do índice de ocupações no setor agrícola (6,94%), que é uma das estrelas da economia nacional”, afirma Leonardo Letelier, CEO e fundador da Sitawi, uma gestora de fundos de impacto social.

Segundo Letelier, o estudo é um fundamento importante para apoiar discussões com o setor público e eventuais propostas de políticas públicas de maior impacto econômico. “Se aplicarmos o percentual de participação no PIB ao ano de 2022, isso corresponde a mais de R$ 423 bilhões, valor que supera o de fabricação de automóveis, ônibus e caminhões no país, cuja contribuição ao PIB é de cerca de 1,73%”, compara.

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os Estados com o maior número de postos remunerados no setor, cerca de 1,8 milhão – 760 mil e 589 mil empregos respectivamente. Outro indicador avaliado é seu valor multiplicador na geração de emprego. Na área de saúde, por exemplo, cada dez ocupações diretas geram outras cinco indiretas.

O estudo utiliza como base a pesquisa de insumo-produto fornecida pelo IBGE, com dados de 2015. É uma metodologia complexa, feita a cada dez anos pelo instituto, e que mede a inter relação entre setores econômicos. “É provável que o número de postos de trabalho hoje gerados pelas organizações sociais seja bem maior do que seis milhões, apurados no estudo”, afirma Letelier. “De lá para cá, além de aumentar o número de organizações sociais em 20%, enfrentamos crise econômica e a pandemia, fatos que impulsionaram as atividades filantrópicas e seu impacto na economia.”

“Para ser ainda mais relevante, é preciso que o setor amplie o volume de investimentos. Ao mesmo tempo, é necessário o fomento a uma cultura de doação que também parta de políticas públicas, sobretudo com a criação de mecanismos que atraiam e facilitem os investimentos direcionados ao setor”, afirma Cassio França, secretário-geral do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife).

Para Carola Matarazzo, diretora executiva do Movimento Bem Maior, o trabalho da Fipe serve para “tornar visível um gigante e abre portas para o diálogo embasado”. E, complementa, “dar contornos mais bem definidos à relevância do terceiro setor permite aos tomadores de decisão atuarem de forma mais consciente e transparente”.

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